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Covid-19: Autoridades sanitárias apreensivas com greve

Lusa
12 de abril de 2021

Os casos de Covid-19 estão a reduzir nas últimas semanas na Guiné-Bissau, mas a greve de um mês e meio nos hospitais públicos preocupa a Alta Comissária para a Covid-19. O país vair receber vacina da iniciativa Covax.

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Krankenhaus in Bissau
Foto: Gilberto Fontes

 A Alta Comissária para a Covid-19 da Guiné-Bissau, Magda Robalo, afirmou esta segunda-feira (12.04) que a redução de novas infeções pelo novo coronavírus no país deve ser olhada com "muita cautela", devido à greve a decorrer no setor da saúde.

"Os dados devem sempre ser analisados com cautela porque há fatores que influenciam a sua fiabilidade, qualidade, e é muito fácil olhar para o gráfico e dizer a segunda vaga acabou, mas é preciso ter em conta o contexto", afirmou Magda Robalo, na conferência semanal para analisar a evolução da doença no país.

Os dados esta segunda-feira disponibilizados indicam uma redução de novos contágios nas últimas três semanas, mas também há uma diminuição do número de testes feitos pelas unidades de saúde do país.

"As pessoas que vão viajar continuam a fazer os seus testes porque é um imperativo, as pessoas que iam ao centro de saúde e que tinham um sintoma sugestivo de Covid-19 e que levava à colheita de amostra, como há greve têm tendência a não se apresentar. Por isso é que olhamos para esta curva mais baixa com muita cautela", disse Magda Robalo.

Greve deve terminar em finais de abril

Magda Robalo
Magda Robalo, Alta Comissária para a Covid-19Foto: Privat

O setor da saúde guineense está em greve há quase um mês e meio na sequência de uma greve geral da Função Pública convocada pela União Nacional dos Trabalhadores da Guiné-Bissau, maior central sindical do país, e que vai prolongar-se até dia 30.

A greve leva a que muitas pessoas não se desloquem aos centros de saúde e aos hospitais.

"A segunda vaga tanto em África como no resto do mundo foi muito mais intensa do que a primeira vaga. Por isso, olhando para esta nossa segunda curva atípica temos de pensar porquê que ela é diferente da segunda vaga no mundo. Porque parece que aqui na Guiné-Bissau tivemos uma segunda vaga mais branda", salientou Magda Robalo.

Mais vacinas e menos doses 

A Alta Comissária para a Covid-19 anunciou também que o país vai receber esta terça-feira (13.04) a vacina da iniciativa Covax, mas menos de metade das doses esperadas, devido a problemas de distribuição na Índia e capacidade de produção.

"Recebemos informação que a iniciativa Covax nos vai enviar cerca de 28.000 da vacina amanhã [terça-feira] num voo que chega à noite e estaremos no aeroporto para receber essas doses", disse Magda Robalo.

"É uma quantidade inferior daquela que estávamos à espera, mas já é uma quantidade que nos permite continuar a vacinação, depois deste processo de avaliação rápida desta primeira experiência que tivemos", acrescentou.

A Guiné-Bissau deveria receber 120.000 doses da vacina Astrazeneca no âmbito do Covax, mecanismo de distribuição universal e equitativa de vacinas contra a covid-19, co-gerido pela Organização Mundial de Saúde.

A Guiné-Bissau regista desde o início da pandemia um total de 3.680 casos e 66 vítimas mortais. Na semana passada foram registados apenas 18 novos casos de infeção pelo novo coronavírus, e na semana anterior mais 28 casos.

Os números de novos casos começaram a diminuir com o início da greve no setor, quando também foi diminuindo a testagem nas unidades de saúde.

Guiné-Bissau: Vacinação contra a Covid-19 com greve na Saúde

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