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Covid-19: Guiné-Bissau vive terceira vaga "muito forte"

Lusa
8 de agosto de 2021

Alta Comissária para a Covid-19 da Guiné-Bissau alerta que a terceira vaga da pandemia no país é "muito forte" e apela às pessoas para se vacinarem. País recebeu mais 300 mil doses no âmbito do mecanismo Covax.

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Foto: DW/F. Tchuma

"Quero convidar a população guineense a responder massivamente a este donativo para nos protegermos, às nossas famílias e aos nossos negócios", afirmou no sábado (07.08) a Alta Comissária para a Covid-19 da Guiné-Bissau.

Magda Robalo, responsável pela entidade que coordena a luta contra a Covid-19 na Guiné-Bissau, falava aos jornalistas após a receção de 302.400 doses da vacina Janssen, doadas pelos Estados Unidos no âmbito do mecanismo Covax, para impulsionar a vacinação em todo o país.

As 302.400 doses de vacina vão permitir alargar a vacinação a todo o território nacional. As vacinas de Janessen vão ser de imediato introduzidas na campanha nacional de vacinação e administradas em comunidades e áreas sanitárias de todo o país.

"Quero pedir ao povo guineense que se proteja contra a Covid-19. Estamos com uma terceira vaga muito forte, pior que a segunda, tanto em termos de mortalidade, como em número de casos", advertiu também Magda Robalo.

Magda Robalo
Magda Robalo, Alta Comissária para a Covid-19 da Guiné-BissauFoto: Privat

Segundo os últimos dados divulgado pelo Alto Comissariado, a Guiné-Bissau regista um total acumulado de 4.702 casos e 79 vítimas mortais.

Problemas no acesso a vacinas

A Alta Comissária da Guiné-Bissau para o combate a pandemia do novo coronavírus afirmou ainda que a falta de equidade no acesso às vacinas para proteger contra a Covid-19 constitui um "escândalo universal". 

"Vamos continuar a dizer que é um escândalo universal esta falta de equidade. Nós vimos os países ricos vacinarem as suas populações, a primeira e segunda dose, e só quando restaram as doses que tinham açambarcado é que nós, os países mais pobres, estamos a receber as vacinas", lamentou.

Apesar da crítica, Magda Robalo enalteceu a solidariedade internacional e agradeceu a alguns países, com destaque para os Estados Unidos de América.     

"Já se vacina no mundo desde o dezembro do ano passado e janeiro deste ano e a Guiné-Bissau, como muitos países africanos, tem recebido muitas poucas doses de vacina. Este é o primeiro grande donativo, mas é também o resultado de um esforço mundial para aumentar o acesso as vacinas por parte das populações que vivem no hemisfério sul" disse a médica guineense.

Igualdade na distribuição

"Quero juntar a minha voz a comunidade internacional dizer que isso não pode ser e que devemos todos trabalhar para combater a pandemia em pé da igualdade e que o acesso seja em condições iguais. Não só as vacinas, como aos meios de diagnósticos", assegurou.

Guiné-Bissau: Vacinação contra a Covid-19 com greve na Saúde

Para o representante da Organização Mundial de Saúde (OMS) na Guiné-Bissau, Jean Marie Kipela, o combate a pandemia de Covid-19 requer uma resposta unida, porque nenhum país consegue ter sucesso desejável sozinho.

O representante da OMS realçou que a instalação do mecanismo de acesso global à vacinas covid-19 (Covax) proporciona uma das melhores oportunidades que existe para garantir que todos os países, incluindo a Guiné-Bissau, possam aceder à uma vacina segura e eficaz.

"Com estas 302.400 doses da vacina Janssen, a Guiné-Bissau poderá alcançar a cobertura de 16 por cento da sua população. Somando às 74.870 doses de vacinas já recebidas, o país terá uma cobertura total de 18 por cento", sublinhou.

Vacinação na Guiné-Bissau

No âmbito do Covax - mecanismo de distribuição universal e equitativa de vacinas contra a covid-19 cogerido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) - a Guiné-Bissau deveria ter recebido até final de maio 120.000 doses de vacinas da AstraZeneca, mas devido a problemas de distribuição na Índia, acabou por apenas receber 28.000 doses em abril.

A Guiné-Bissau iniciou a vacinação contra a Covid-19 em abril no Setor Autónomo de Bissau, tendo depois estendido o processo às regiões de Bafatá e Biombo.

O plano de vacinação das autoridades guineenses prevê atingir 70 por cento da população, por forma a alcançar a imunidade de grupo que possa favorecer uma redução significativa da transmissão.

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