Kwanza Norte sem material de proteção nas farmácias
25 de março de 2020Mariza João, uma jovem de 24 anos que mora no centro da cidade de Ndalatando, andou à procura de luvas e máscaras, mas já não conseguiu encontrar.
"Não temos luvas e não conseguimos desinfetar as mãos", diz.
Os habitantes ouvidos pela DW África na capital da província do Kwanza Norte são unânimes nas queixas sobre a falta de material de proteção nas farmácias e nos mercados locais.
Com a pandemia do novo coronavírus, aumentou a procura de máscaras e álcool, e o material esgotou.
"Nós não estamos preparados. Em stock temos apenas [alguns] pares de luvas. Infelizmente, as máscaras acabaram. Não temos álcool, nem máscaras", afirma Afonso Francisco, que trabalha numa das farmácias de Ndalatando.
Higiene básica e aumento dos preços
Mesmo assim, há cuidados básicos que podem ser seguidos para prevenir a transmissão do novo coronavírus. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a todos que mantenham uma distância de, no mínimo, um metro de outras pessoas e que lavem frequentemente as mãos com água e sabão.
"Todo o indivíduo deve lavar as mãos, que é a base inicial da higiene e da proteção do coronavírus", aconselha também Afonso Francisco. E "quem tiver uma tosse básica no prazo de 72 horas ou [sintomas de] gripe" deve contactar as autoridades de saúde.
A falta de material de higiene e proteção em Ndalatando não terá só a ver com o aumento da procura. Segundo Manuel Salakiaku, proprietário de uma farmácia na cidade, a culpa é também dos fornecedores, que aumentaram os preços do material. Por isso, não consegue repor o stock.
"A questão do stock é complicada, porque a pandemia apanhou-nos de surpresa. Ninguém contava com isso. Não temos máscaras, não temos álcool normal, nem álcool gel. Simplesmente temos luvas", lamenta.