1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Covid-19: Tanzânia e Quénia de costas voltadas

AFP | mjp
1 de agosto de 2020

Tanzânia proibiu voos da Kenya Airways de entrarem no país. É o episódio mais recente das querelas diplomáticas entre os dois países por causa das medidas (e da falta delas) para travar a pandemia do novo coronavírus.

https://p.dw.com/p/3gH0I
Kenya Airways Flughafen Nairobi ARCHIV
Foto: picture-alliance/dpa

A Tanzânia proibiu a companhia aérea nacional do Quénia de entrar no país a partir deste sábado (01.08). É a mais recente "jogada" numa série de divergências diplomáticas desencadeadas pela controversa gestão da pandemia do novo coronavírus pelo Governo tanzaniano.

A Tanzânia diz que os voos da Kenya Airways são banidos "numa base de reciprocidade", depois de o Quénia ter decidido deixar a Tanzânia de fora da lista de países cujos passageiros seriam autorizados a entrar no Quénia quando os voos comerciais fossem retomados, a 1 de agosto.

"A Tanzânia registou a sua exclusão da lista de países cuja população será autorizada a viajar para o Quénia", disse o director-geral da Autoridade da Aviação Civil da Tanzânia, Hamza Johari, numa carta enviada à Kenya Airways na sexta-feira.

"O Governo tanzaniano decidiu anular a sua aprovação dos voos da Kenya Airways (KQ) entre Nairobi e Dar/Kilimanjaro/Zanzibar a partir de 1 de agosto de 2020, até novo aviso", escreveu Johari. "Esta carta também anula todos os acordos anteriores que permitem voos da KQ para a República Unida da Tanzânia".

O chefe executivo da Kenya Airways, Allan Kilavuka, disse no sábado que estava "entristecido" com a carta e esperava que a situação fosse resolvida em breve.

Magufuli e o controverso "fim da pandemia"

A Tanzânia adotou uma abordagem controversa e descontraída para enfrentar a pandemia do coronavírus e começou a reabrir o país há dois meses.

A recusa do Presidente John Magufuli em impor medidas de confinamento ou de distanciamento social e a decisão de deixar de publicar os dados das infeções, mereceram duras críticas na região e deixaram os países vizinhos e a Organização Mundial de Saúde preocupados.

Em finais de abril, quando o país registava 480 casos e 16 mortos de Covid-19, a Tanzânia suspendeu a divulgação dos dados "para evitar o pânico", continuava a funcionar em pleno e incentivava a população a recorrer à medicina tradicional e a rezar. 

Magufuli declarou a Tanzânia livre de coronavírus em junho, agradecendo a Deus e às orações dos cidadãos pela derrota da doença.

A discussão diplomática entre o Quénia e a Tanzânia estalou logo após o início do surto da pandemia no leste de África, quando o Quénia bloqueou a entrada dos camionistas tanzanianos no país, temendo a propagação da doença.