Covid-19: UNITA pede união em nome da saúde pública
20 de março de 2020Angola ainda não registou nenhum caso de coronavírus, segundo o Governo. Apesar disso, intensificam-se em todo o país as campanhas de prevenção da doença que está a causar milhares de mortes em todo o mundo.
É por isso que a direção da UNITA entende que o combate ao surto já não deve ser exclusividade do Ministério da Saúde. Para a segunda maior força política do país, é o momento do país estar unido para a defesa da saúde pública.
O deputado Maurílio Luiele, da UNITA, alerta que as autoridades devem prestar atenção aos locais de maior concentração de pessoas, como é o caso dos mercados, igreja e escolas.
"Somos de opinião que os estabelecimentos escolares deviam ser encerrados num período de 15 dias prorrogáveis, em função dos desenvolvimentos futuros e imediato do Covid-19", disse o parlamentar.
A UNITA apela, por outro lado, aos cidadãos a colaborarem com as autoridades, observando as orientações afim de evitar lutos nas famílias angolanas. O partido recomenda às autoridades sanitarias a intensificarem a capacidade de realizar testes a todos que apresentem sintomas suspeitos.
Tratamento desigual?
E o tumulto causado por passageiros vindos de Portugal que se recusaram ser levados aos centros de quarentena devido ao alegado tratamento desigual, se comparado a outros viajantes que cumprem quarentena nas suas casas, foi também criticada pela UNITA.
"Apelamos às autoridades ao rigor na observância das medidas observadas. Devendo as mais altas entidades servirem de exemplo. Neste sentindo, condenamos os factos ocorridos ontem no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, que fragilizaram orientações previamente emitidas. Esperamos que aqueles factos não voltem a repetir-se", diz Maurilio Luiele.
E a UNITA reiterou a sua disposição em apoiar as autoridades.
Medidas do Governo
Durante esta semana, vários eventos foram cancelados em Angola devido à pandemia do coronavírus. Numa mensagem dirigida à nação em cadeia nacional, o Presidente da República, João Lourenço, anunciou que a circulação de pessoas nas fronteiras terrestres fica interdita a partir de sexta-feira (20.03).
Também estão suspensos todos os voos comerciais e privados de passageiros para o exterior e vice-versa por quinze dias. A medida abrange igualmente os navios de passageiros.
O chefe de Estado proibiu ainda a realização de eventos públicos como cultos religiosos, atividades culturais, recreativas, desportivas e de qualquer outra índole, com a aglomeração de mais de duzentas pessoas.
"Apesar disso, o Governo decidiu tomar medidas excecionais urgentes, por forma a evitar importações de casos e salvaguardar a vida e a segurança da população em geral", justifica Lourenço.
E o Presidente prossegue: "Faço, assim, um apelo a todos os cidadãos angolanos e aos estrangeiros residentes no território nacional para que observem com rigor as medidas constadas no decreto legislativo presidencial provisório como forma de vencermos com serenidade este momento difícil que o país e o mundo enfrentam".
Também o Parlamento adiou a sua sexta reunião ordinária em que estavam agendados temas sobre as autarquias.