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SaúdeSão Tomé e Príncipe

Covid-19: Variante Delta faz explodir casos em STP

22 de setembro de 2021

A variante Delta espalha-se como fogo em palha em São Tomé e Príncipe e o número de vítimas continua a subir. Um hotel, na capital, transformou-se num hospital de campanha e o PR pondera confinar o país.

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População forma longas filas para receber a vacina contra a Covid-19 em São ToméFoto: Ramusel Graça/DW

A variante Delta do novo coronavírus, detetada em julho passado em São tomé e Príncipe (STP), provocou seis mortes por Covid-19 no país só na semana passada. É o que diz a médica e chefe do Departamento de Vigilância Epidemiológica são-tomense, Andressa Sousa.

"As pessoas que temos aqui neste momento faleceram, são pessoas com mais de 60 anos que tinham também alguma doença específica", avança.

Por isso, foi decretado, no último sábado (18.09.), estado de calamidade pública no país, por um período de 15 dias, devido ao aumento do número de casos de Covid-19 nas últimas semanas. É uma consequência da realização das eleições presidenciais e das férias entre julho e setembro corrente.

Sistema de saúde em alerta máximo

Dados do Governo indicam que das 3.115 pessoas infetadas desde que começou a pandemia 46 morreram. O sistema nacional de saúde de São Tomé está em alerta máximo.

A taxa de contaminação em todos os distritos do país atingiu um nível preocupante, indica Andresa Sousa. A responsável do Departamento de Vigilância Epidemiológica informa, porém, que há um baixo número de infeções entre as crianças.

São Tomé und Príncipe | Delta Variante breitet sich aus
Hospital colonial de Monte Café está a ser reabilitado para receber pacientes de Covid-19Foto: Ramusel Graça/DW

Alta procura por vacina

O receio de mortes toma conta da população. Por isso, assiste-se a longas filas para vacinação contra a Covid-19, ao contrário do que se passou na fase inicial da campanha, em maio passado.

No total, 53 mil pessoas apanharam a primeira dose, das quais 16 mil já tomaram a segunda, revela Solange Barros, diretora do Gabinete Nacional de Vacinação, que acrescenta que "desde o início da vacinação até agora, já conseguimos vacinar 35.8 porcento da população".

Devido à piora da situação, o nível de consciencialização aumenta entre os cidadãos. Por exemplo, os taxistas têm sido intransigentes com os incumpridores, como relata o taxista Juvêncio Pereira, ouvido pela DW África.

"O cliente ao subir o carro rapidamente eu pergunto: se têm máscara, sobe no carro. Não tem máscara, fica no chão", conta o taxista.

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Pior fase da pandemia

Um ano depois do abrandamento e controlo da doença, São Tomé e Príncipe vive a pior fase do combate à Covid-19. O Hotel Miramar, no centro da capital São Tomé, transformou-se num hospital de campanha para atender os casos da doença, numa fase transitória, até que o antigo hospital colonial de Monte Café esteja complemente reabilitado.

Jorge Bom Jesus, primeiro-ministro, pondera igualmente confinar o país. "Eu não posso estar toda hora a confinar pessoas. É preciso que haja responsabilidade. É preciso que haja este exercício de cidadania responsável. Cada um que se proteja a si próprio e que possa ajudar também a proteger os outros", apelou o chefe do Governo são-tomense.

O Governo prometeu avançar para a requisição civil para contratar médicos e enfermeiros aposentados e analisou a recusa de vacinação no seio dos profissionais de saúde. Os professores foram convocados a aderirem em massa à vacinação, as aulas foram suspensas e a função pública trabalha a meio gás.

Segundo a diretora Nacional de Vacinação, com o apoio do Banco Mundial, o país prevê adquirir até outubro cerca de 80 mil doses da vacina Johnson& Johnson e 72 mil doses da Moderna.

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