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CPLP considera ataques em Cabo Delgado "uma tragédia humana"

9 de dezembro de 2020

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), manifestou-se preocupada com os ataques terroristas na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.

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Mosambik Pemba | Geflüchtete Menschen | Paquitequete Strand
Foto: DW

Reunido através de videoconferência, nesta quarta-feira (09.12), o Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), analisou o conflito militar na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique. 

Na ocasião, a ministra moçambicana dos Negócios Estrangeiros, Verónica Macamo fez a radiografia da situação naquela provincia. A governante informou que a violência em Cabo Delgado está a provocar uma crise humanitária com mais de duas mil mortes e quase 600 mil pessoas deslocadas, sem habitação nem alimentos.

Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde, Luís Filipe Tavares, que presidiu à reunião a partir da Cidade da Praia,  a CPLP está solidária com Moçambique, em particular com a população de Cabo Delgado.

"Esta situação é uma tragédia humana terrível, tudo o que se está a passar em Cabo Delgado", começou por dizer Tavares.

O ministro apelou à comunidade internacional no sentido de prestar assistência humanitária a Moçambique, defendendo que o país precisa da colaboração de todos, incluindo dos Estados vizinhos, "porque a crise humanitária é muito complicada".

Portugal - Luís Filipe Tavares MNEC, 4. August, Lissabon
Luís Filipe Tavares, ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo VerdeFoto: CPLP Lissabon

 CPLP está solidária com Moçambique   

Esta foi a primeira vez que a CPLP se pronunciou pública e formalmente sobre a violência que afeta a província de Cabo Delgado.

Além do apoio político-diplomático, a comunidade lusófona está a analisar que outras ajudas pode conceder a Moçambique, informou Luís Filipe Tavares. "Vamos fazer uma concertação entre nós para vermos que outros apoios podemos dar a Moçambique, mas, neste momento, o mais importante é o apoio político e a mobilização de toda a comunidade internacional para a causa moçambicana, para aquilo que se passa em Cabo Delgado", garantiu.

A província de Cabo Delgado é das regiões mais ricas de Moçambique, onde está a nascer o maior investimento privado de África para a exploração de gás natural. Com cerca de dois milhões e meio de habitantes, a região está há três anos sob ataque de insurgentes. Algumas das incursões foram reivindicadas pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico.

Projeto de mobilidade

O Conselho de Ministros da CPLP aprovou os orçamentos para o secretariado executivo da comunidade e do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), cujo diretor executivo, o guineense Incanha Intumbo, foi reeleito esta quarta-feira para um mandato de dois anos.

Mobilidade é "crucial", defende presidente da CPLP

Na reunião também foi aprovado o projeto de resolução sobre a mobilidade na comunidade.

"O acordo da mobilidade na CPLP será aprovado na cimeira dos chefes de Estado e de Governo que vai ter lugar em Luanda, em princípio, a 17 de julho de 2021", disse o chefe da diplomacia cabo-verdiana, Luís Filipe Tavares.

O projeto de mobilidade proposto por Cabo Verde mereceu o consenso de todos os Estados-membros da CPLP. "Agora estamos na fase de redação final do documento", indicou Tavares, assinalando que este é um "excelente projeto de mobilidade que vai facilitar enormemente a circulação de pessoas e bens no quadro dos nove Estados-membros da CPLP".

O Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa também passou em revista a evolução da pandemia da Covid-19 nos Estados-membros da comunidade, sendo que, de acordo com Luís Tavares, as informações partilhadas são "encorajadoras".

"Mesmo os países mais afetados, como o Brasil, estão a fazer progressos consideráveis", destacou.

Numa altura em que muitos países estão na corrida pela vacina contra a pandemia, os ministros da CPLP aproveitaram a reunião desta quarta-feira, para traçar estratégias, para que a mesma chegue a todos os Estados-membros: "Nós exortamos todos os países lusófonos a trabalharem e a cooperarem entre si na questão da distribuição", disse Luís Tavares.

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