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CPLP terá representante permanente na Guiné-Bissau

Leonel Matias (Maputo) / Lusa19 de julho de 2013

A nova figura acompanhará de perto a situação no país, diz a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Em Maputo, o Conselho de Ministros da organização falou também sobre o pedido de adesão da Guiné Equatorial.

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CPLP quer acompanhar de perto a situação na Guiné-Bissau com representante no paísFoto: Creative Commons/Teseum

O Conselho de Ministros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) decidiu designar um representante permanente da organização para a Guiné-Bissau.

O Conselho, que se reuniu esta quinta-feira (18.07) na capital moçambicana, Maputo, disse ter constatado progressos assinaláveis na situação na Guiné-Bissau. Ainda assim, os ministros decidiram enviar um representante para o país, que possa acompanhar de perto o dia a dia político.

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Chefe da diplomacia moçambicana, Oldemiro BaloiFoto: Rafael Belincanta

"A existência de um representante permanente há de conferir uma outra capacidade de acompanhamento, pelo facto de ser uma entidade presente no terreno, atenta à evolução quotidiana do dossiê da Guiné-Bissau", disse o ministro moçambicano dos Negócios Estrangeiros, Oldemiro Baloi.

Força de paz da CPLP?

O Conselho de Ministros da CPLP concordou que, para preservar a paz na Guiné-Bissau depois das eleições agendadas para 24 de novembro, terá de haver um processo de reformas no setor da Defesa e Segurança e em todo o Estado, para garantir a estabilidade.

Segundo o ministro angolano das Relações Exteriores, Georges Chicoti, "se não houver um certo acompanhamento militar, eventualmente, será importante que se estude a possibilidade de ter uma presença militar que possa garantir e assegurar a paz" na Guiné-Bissau.

Chicoti disse aos jornalistas que essa força de paz não deveria ser só da CPLP, "mas também da comunidade internacional", uma vez que "já existem algumas forças da CEDEAO que podem não ser suficientes."

Mas o seu homólogo moçambicano disse que uma força de paz da CPLP para a Guiné-Bissau não é, para já, uma saída.

"Nós temos que ir devagar, com cautela que é para não entornarmos o caldo", afirmou Oldemiro Baloi, citado pela agência de notícias Lusa. "A situação na Guiné-Bissau é muito complexa, lida-se com muitas sensibilidades e algumas destas sensibilidades chegam a ser agressivas e, se não houver essa cautela, corremos o risco de haver um grande retrocesso",

Wahlen Guinea Bissau 2012
As eleições na Guiné-Bissau estão marcadas para 24 de novembroFoto: AP

"Neste momento, o principal é encorajar o Governo inclusivo a prosseguir com os passos que já encetou, melhorar mais ainda a coordenação entre os parceiros que apoiam a Guiné-Bissau", acrescentou o chefe da diplomacia moçambicana.

Falta consenso sobre adesão da Guiné Equatorial

Outro ponto dominante da reunião dos ministros da CPLP tem a ver com o pedido de adesão da Guine Equatorial à organização. O Governo do país foi encorajado pelo Conselho a acelerar o passo com vista à sua integração. Uma nova avaliação do pedido será feita em novembro próximo.

O ministro das Relações Exteriores de Angola, Georges Chicoti, admitiu que ainda não há consenso em relação a esta matéria, apesar de se admitir que a Guiné Equatorial registou progressos na implementação do plano de ação.

"A maior parte dos países estão de acordo com a adesão da Guiné Equatorial. Acho que com o tempo poderemos ultrapassar esta fase", afirmou Chicoti.

Promover a CPLP

O Conselho de Ministros da CPLP debruçou-se ainda sobre o futuro da organização, uma comunidade de oito países que segundo alguns analistas terá sido criada de cima para baixo como resultado de uma decisão política.

Oldemiro Baloi diz que a transformação da CPLP numa organização "de povos para povos" regista avanços.

CPLP terá representante permanente na Guiné-Bissau

Mas há barreiras que é preciso ultrapassar: "Um dos grandes desafios que prevalece neste domínio é fazer com que todos os nossos países tenham uma grande capacidade de tornar a CPLP mais visível, [que seja] mais conhecida pelos cidadãos dos nossos países, para que, dessa forma, eles contribuam também para o crescimento da mesma."

A questão da segurança alimentar e nutricional também esteve sobre a mesa de discussões. O Conselho de Ministros da CPLP decidiu continuar a trabalhar na implementação de uma estratégia que vise aumentar a produção de alimentos e combater a fome.

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