Crise em Moçambique: África do Sul pede "diálogo urgente"
25 de dezembro de 2024Na sequência do anúncio dos resultados eleitorais, na segunda-feira, pelo Conselho Constitucional, a África do Sul "registou com preocupação a violência em curso e os subsequentes protestos disruptivos em resposta ao anúncio", afirmou o Ministério das Relações Internacionais e Cooperação num comunicado divulgado na noite de terça-feira.
O Governo sul-africano "apela a todas as partes para que se empenhem num diálogo urgente que cure o país e o coloque numa nova trajetória política e de desenvolvimento", sublinhou a diplomacia sul-africana.
Apoio ao diálogo
A África do Sul "está pronta para ajudar Moçambique de qualquer forma que facilite esse diálogo", referiu.
As autoridades sul-africanas adiantam que continuarão a trabalhar com a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e outras agências multilaterais para "apoiar uma solução duradoura para o atual impasse".
Apelam também "a todas as partes para que deem provas de contenção e calma".
Vítimas
Pelo menos 21 pessoas foram mortas e 25 ficaram feridas em Moçambique durante violentos protestos na segunda-feira, após o anúncio dos resultados finais das eleições gerais de 09 de outubro, que deram a vitória à Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), no poder.
Numa conferência de imprensa na capital, Maputo, o ministro do Interior de Moçambique, Pascoal Ronda, disse esta terça-feira que "foram cometidos 236 atos de violência grave em todo o país, dos quais resultaram 21 mortos", incluindo dois polícias.
Entre os 25 feridos, há 13 civis e 12 polícias, segundo o ministro.
A organização moçambicana Centro para a Democracia e Direitos Humanos (CDD), reporta esta quarta-feira a morte de pelo menos 41 pessoas desde última segunda-feira e centenas de feridos .
De acordo com o CDD, 10 pessoas foram mortas em Nampula, nove em Maputo, 14 em Sofala, uma no Niassa, quatro em Cabo Delgado e três na Zambézia.