Descriminalização de drogas leves na África Ocidental é destaque na imprensa alemã
13 de junho de 2014A imprensa alemã lembrou a nova onda do Ebola na África Ocidental. Der Tagesspiegel classifica o atual surto como maior do que os registrados anteriormente e “ainda não está controlado”.
“Em apenas duas semanas, a Organização Mundial da Saúde estima que mais 90 casos suspeitos foram confirmados na Guiné – muitos foram relatados na Serra Leoa.
O vírus já infectou 453 pessoas, sendo que 243 morreram. Os números superam qualquer outro surto anterior. O vírus foi descoberto em 1976.
O ministro de Desenvolvimento da Alemanha, Gerd Müller, concedeu entrevista para os jornalistas Michael Thumann e Christiane Gefe, publicada no jornal Die Zeit.
Müller aborda a questão dos refugiados e aparentes contradições de bond relacionamentos com governos apontados como violadores dos direitos humanos.
Desenvolvimento e valores humanos
Ele diz que é a favor da uma política de desenvolvimento voltada aos valores humanos, mas salienta que não se pode implementar esta política sem falar com os líderes dos países.
Ainda a propósito da visita de Müller a alguns países africanos, Der Tagesspiegel destacou não somente o interesse alemão em investir mais no continente, mas também de estimular que outros países industrializados façam o mesmo.
O texto cita as câmaras de comércio alemãs, presentes em 85 países como contatos para os negócios. Também ressalta que o banco estatal de fomento KFW investiu 1,4 mil milhões de euros em 716 projetos de cooperação no ano passado.
Nova estratégia contra as drogas
Die Welt publicou a matéria intitulada “Uma política anti-drogas errada custa vidas”, de Daniel-Dylan Böhmer e Martin Scholz. Trata da sugestão do ex-secretário geral da ONU, Kofi Annan, de descriminalizar as “drogas leves” como um meio de combater os traficantes.
Um relatório da ONU indicou o tráfico e a corrupção tem enfraquecido os Estados. Existe informações de que muitos chefes do tráfico colaboram esporadicamente com núcleos terroristas.
“A guerra contra as drogas só tem dado a possibilidade de os traficantes ganharem muito dinheiro. Ao mesmo tempo, tem destruído a vida de muitos jovens nas Américas, África e outros lugares. Jovens que foram presos com meia-grama de substâncias”, escreve o jornal.
A entrevista com a arquiteta sul-africana Luyanda Mpahlwa para Laura Weissmüller , do Süddeutsche Zeitung, abriu espaço para a velha e a nova arquitetura da exclusão na África do Sul.
Mpahlwa estudou na Alemanha e, hoje, vive na Cidade do Cabo – que, segundo ela, ainda separa os negros dos brancos. Ela se refere a um novo “urbanismo apartheid” para discutir a discriminação no planejamento urbano e a responsabilidade dos moradores dos distritos.