Deslocados da RDC quase duplicaram em meio ano
27 de agosto de 2017O número de deslocados na República Demcorática do Congo subiu de cerca de dois milhões, no início deste ano, para 3.8 milhões em seis meses, anunciou George Okoth-Obbo, número dois do ACNUR, este sábado (26.08), no terceiro e último dia de uma visita ao país.
A violência na região central de Kasai já causou a morte de cerca de três mil pessoas e pôs em fuga 1.4 milhões de congoleses.
Para Angola, nomeadamente para a província da Lunda Norte, já fugiram 33 mil refugiados congoleses devido à violência no Kasai. "As condições hoje em Kasai são tais que não podemos encorajar ou promover o retorno dos refugiados", disse George Okoth-Obbo do ACNUR.
O rastilho para a violência em Kasai deu-se em setembro de 2016, depois da morte de um líder tribal, conhecido como Kamwina Nsapu, que se rebelou contra a autoridade do Presidente Joseph Kabila.
A escalada de violência tem-se pautado por violações dos direitos humanos, nomeadamente execuções extrajudiciais, violações, tortura e utilização de crianças soldado.
Violência em várias regiões
Mas na província de Tanganica, no sudeste do país, confrontos entre as etnias Bantu e Pygmy também forçaram milhares de pessoas a fugir, segundo o ACNUR.
A estes deslocados acrescem ainda aqueles que fogem dos conflitos no leste da República Democrática do Congo, nas províncias do Kivu Norte e Sul, em crise há cerca de 20 anos.
A prioridade do ACNUR é a "proteção imediata" dos deslocados internos de Kasai, onde "faltam roupas e alimentos" e onde crianças "dormem em condições difíceis de imaginar", afirmou George Okoth-Obbo.
Ao memso tempo, a República Democrática do Congo vê-se a braços com a chegada de cerca de 500 mil refugidos do Burundi, Ruanda, Sudão do Sul e República Centro-Africana.