Caso Navalny aumenta tensão entre Moscovo e o Ocidente
18 de janeiro de 2021"Condeno a detenção de Alexei Navalny pelas autoridades aquando do seu regresso à Rússia", disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, numa declaração divulgada esta segunda-feira (18.01). A líder do Executivo comunitário apelou que "as autoridades russas devem libertá-lo imediatamente e garantir a sua segurança".
Ursula von der Leyen informou ainda que a Comissão Europeia vai "acompanhar a situação de perto", e sublinha que "a detenção de opositores políticos é contra os compromissos internacionais da Rússia".
"Continuamos também a esperar uma investigação exaustiva e independente sobre o ataque à vida de Alexei Navalny", adianta a responsável um dia depois de o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e de o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, também terem exigido a libertação imediata do opositor russo.
Ainda nesta segunda-feira (18), alguns governos ocidentais, com destaque para Alemanha, Reino Unido, Estados Unidos também manifestaram a sua preocupação com a detenção de Alexei Navalny e exigem uma investigação sobre as circunstâncias do seu envenenamento.
Por seu turno, apoiantes do opositor russo denunciaram hoje que as autoridades russas estão a impedir os advogados de contatar com Navalny.
"Desviar a atenção”
Entretanto, a Rússia já reagiu, considerando que a críticas do Ocidente à detenção do líder da oposição russa, Alexei Navalny, "visam desviar a atenção" dos seus próprios problemas internos e da "crise do modelo liberal".
Os serviços prisionais russos (FSIN) detiveram neste domingo (17), o opositor russo Alexei Navalny à chegada a Moscovo, ido da Alemanha, onde esteve em tratamento, após um alegado envenenamento com um agente neurotóxico.
O FSIN acusa o dirigente da oposição russa de ter violado os termos de uma pena de prisão suspensa a que foi condenado em 2014 e assegura que, Navalny "permanecerá detido até à decisão do tribunal" sobre o seu caso, sem especificar uma data.