Detidos oficiais que tentavam retirar milhões de Angola
25 de maio de 2021Numa nota divulgada esta segunda-feira (24.05), a Procuradoria-Geral da República (PGR) tornou público um processo crime "em que estão envolvidos oficiais das Forças Armadas Angolanas afetos à Casa de Segurança do Presidente da República, por suspeita de cometimento dos crimes de peculato, retenção de moeda, associação criminosa e outros".
Na ação "foram apreendidos valores monetários em dinheiro sonante, guardados em caixas e malas, na ordem de milhões, em dólares norte-americanos, em euros e em kwanzas, bem como residências e viaturas", acrescenta-se no comunicado.
Na semana passada, o Novo Jornal noticiou que o chefe das finanças da banda musical da Presidência da República, major Pedro Lussaty, tinha sido detido quando transportava duas malas carregadas com 10 milhões de dólares (o equivalente a 8,1 milhões de euros) e 4 milhões de euros, e escreveu que o investigado "não justificou a posse e, alegadamente, procurava retirar o dinheiro do país".
Contactada pela agência de notícias Lusa, fonte da PGR confirmou tratar-se do mesmo caso.
Generais exonerados
Também esta segunda-feira (24.05), segundo a Casa Civil da Presidência de Angola, foram exonerados seis oficiais generais da Presidência, entre os quais está o "tenente-general Ernesto Guerra Pires, do cargo de consultor do ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, e o tenente-general Angelino Domingos Vieira, do cargo de secretário para o Pessoal e Quadros da Casa de Segurança do Presidente da República".
Além destes dois, também o tenente-general José Manuel Felipe Fernandes, secretário-geral da Casa de Segurança do Presidente da República, e o tenente-general CFrancisco Cristóvão, diretor de gabinete do ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, foram afastados dos cargos, de acordo com uma nota.
O tenente-general Paulo Maria Bravo da Costa, que era secretário para Logística e Infraestruturas da Casa de Segurança do Presidente da República, e o brigadeiro José Barroso Nicolau, antigo assistente principal da Secretaria para os Assuntos dos Órgãos de Inteligência e Segurança de Estado da Casa de Segurança do Presidente da República, foram também exonerados.