Dezenas presos na fronteira da Guiné Equatorial
30 de dezembro de 2017Os 38 suspeitos, que foram detidos em um ônibus na fronteira dos Camarões, na passada quarta-feira (27.12), tinham lançadores de foguetes, rifles e muita munição, segundo informações divulgadas pela agência AFP.
As polícias militar e local lançaram uma investigação sobre as intenções dos homens, que são nacionais do Chade, da República Centro-Africana, dos Camarões e da própria Guiné Equatorial.
A prisão dos homens armados aconteceu um dia antes do principal partido da oposição da Guiné Equatorial, Cidadãos para a Inovação (CI), denunciar a detenção de "dezenas" de ativistas nas sedes do CI, na capital Malabo, e na cidade portuária de Bata.
O partido disse que pelo menos 50 ativistas já haviam detidos desde as eleições gerais de 12 de novembro, nas quais o partido no poder do Presidente Teodoro Obiang Nguema obteve uma vitória esmagadora com 92% dos votos.
As eleições foram amplamente criticadas por grupos da oposição como fraudulentas.
Troca de acusações
No entanto, em conferência de imprensa, o embaixador da Guiné Equatorial na França, Miguel Oyono Ndong Mifumu, referiu-se ao incidente como uma "vontade de desestabilizar a qualquer preço" o seu país, enfatizando a "coincidência" da "invasão mercenária" com a "campanha" do partido Cidadãos para a Inovação (CI), que denuncia a prisão de dezenas de seus ativistas.
Ndong Mifumu disse ainda que seu país não persegue "adversários políticos", mas que o Ministério Público convocou militantes do CI - por supostamente estarem envolvidos em ações violentas nos últimos meses.
"Aqueles que infringiram a lei têm que responder perante os tribunais", disse Oyono Ndong.
O embaixador da Guiné Equatorial em França recusou-se a dar números de pessoas presas ou convocadas pelos tribunais e indicou que a investigação está em andamento.
Ele disse ainda uma invstigação está em curso para verificar se há implicações "internas", mas enfatizou que "a calma prevalece na Guiné Equatorial".
A Guiné Equatorial, que também faz fronteira com o Gabão, é um dos maiores produtores de petróleo da África Sub-Saariana, mas uma grande proporção de seus 1,2 milhões de habitantes ainda vive na pobreza.