Dhlakama exige retirada para encontrar Guebuza
12 de setembro de 2013Afonso Dlakhama recebeu em sua base, em Satunjira, no distrito da Gorongosa, província de Sofala, o arcebispo da Diocese dos Libombos, bispo da Igreja Anglicana, Dom Dinis Sengulane.
O líder da RENAMO defende que as eleições autárquicas em Moçambique não podem acontecer este ano mesmo considerando a possibilidade de, em breve, ser desbloqueado o impasse sobre o pacote eleitoral com o Governo.
Ele reafirmou o interesse de manter um encontro urgente com o Presidente Armando Guebuza para acabar com a tensão política no país.
Para isto, entretanto, exige garantias de segurança e o fim do cerco da sua base em Satunjira, feito por forças governamentais. "Estou preparado para o encontro, quero o encontro com o Guebuza. É urgente. [Mas] retirem a polícia e a FADM da região."
Mais problemas
De acordo com o líder oposicionista, o seu encontro com Guebuza deve servir para uma solução definitiva em torno da revisão do pacote eleitoral - exigência imposta pela RENAMO para participar nas eleições autárquicas deste ano e gerais no ano que vem.
"Eu levaria dois especialistas comigo para terminar com o problema da Lei Eleitoral. [Vamos discutir] tudo o que é preciso para serem realizadas as eleições", garantiu.
Dlakhama destacou que o seu partido e outras formações políticas não participaram nas fases preliminares do calendário eleitoral, além de não fazerem parte dos órgãos eleitorais.
"Mesmo que haja uma solução durante as negociações com o Armando Guebuza, já não há tempo para realizar eleições. Não participamos no recenseamento", lembrou o líder da RENAMO.
Para Dlakhama, se o Governo insistir em realizar o pleito neste ano, vai criar mais problemas no país. "Já se pode esquecer as eleições. Se a FRELIMO quiser fazê-las, pode fazer, mas não serão consideradas. Esta atitude aumentaria os problemas", disse.
O que está em questão
Paralelamente à revisão do pacote eleitoral, o líder da RENAMO disse que vai levar questões relativas à segurança para o encontro com Guebuza.
"O que são FADM [Forças Armadas de Moçambique]? Por que a FRELIMO mandou retirar os nossos quadros da FADM? Por que não cumpriram o acordo de 1994, que previa a formação de um exército [com integrantes da RENAMO]? E o problema da polícia, que já é totalmente da FRELIMO?"
Durante a conferência de imprensa, o arcebispo da Diocese dos Libombos, Dom Dinis Sengulane, não quis falar com os jornalistas.
Tanto Guebuza como Dlakhama têm manifestado repetidamente a disponibilidade de manter este encontro, que, de acordo com opinião generalizada, seria a saída para acabar com o clima de tensão no país.