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Dhlakama exige retirada para encontrar Guebuza

Leonel Matias12 de setembro de 2013

O líder da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) disse que não há condições para a realização de eleições autárquicas neste ano no país. Ele quer discutir o monopólio da FRELIMO nas forças de segurança moçambicanas.

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Dhlakama é contra a realização de eleições neste anoFoto: Jinty Jackson/AFP/Getty Images

Afonso Dlakhama recebeu em sua base, em Satunjira, no distrito da Gorongosa, província de Sofala, o arcebispo da Diocese dos Libombos, bispo da Igreja Anglicana, Dom Dinis Sengulane.

O líder da RENAMO defende que as eleições autárquicas em Moçambique não podem acontecer este ano mesmo considerando a possibilidade de, em breve, ser desbloqueado o impasse sobre o pacote eleitoral com o Governo.

Ele reafirmou o interesse de manter um encontro urgente com o Presidente Armando Guebuza para acabar com a tensão política no país.

Para isto, entretanto, exige garantias de segurança e o fim do cerco da sua base em Satunjira, feito por forças governamentais. "Estou preparado para o encontro, quero o encontro com o Guebuza. É urgente. [Mas] retirem a polícia e a FADM da região."

Mais problemas

De acordo com o líder oposicionista, o seu encontro com Guebuza deve servir para uma solução definitiva em torno da revisão do pacote eleitoral - exigência imposta pela RENAMO para participar nas eleições autárquicas deste ano e gerais no ano que vem.

Mosambik Renamo Rebellen 10.04.2013
Integrantes da RENAMO na GorongosaFoto: Jinty Jackson/AFP/Getty Images

"Eu levaria dois especialistas comigo para terminar com o problema da Lei Eleitoral. [Vamos discutir] tudo o que é preciso para serem realizadas as eleições", garantiu.

Dlakhama destacou que o seu partido e outras formações políticas não participaram nas fases preliminares do calendário eleitoral, além de não fazerem parte dos órgãos eleitorais.

"Mesmo que haja uma solução durante as negociações com o Armando Guebuza, já não há tempo para realizar eleições. Não participamos no recenseamento", lembrou o líder da RENAMO.

Para Dlakhama, se o Governo insistir em realizar o pleito neste ano, vai criar mais problemas no país. "Já se pode esquecer as eleições. Se a FRELIMO quiser fazê-las, pode fazer, mas não serão consideradas. Esta atitude aumentaria os problemas", disse.

O que está em questão

Paralelamente à revisão do pacote eleitoral, o líder da RENAMO disse que vai levar questões relativas à segurança para o encontro com Guebuza.

Armando Guebuza
Armando Guebuza deve conversar com DhlakamaFoto: DW/Romeu da Silva

"O que são FADM [Forças Armadas de Moçambique]? Por que a FRELIMO mandou retirar os nossos quadros da FADM? Por que não cumpriram o acordo de 1994, que previa a formação de um exército [com integrantes da RENAMO]? E o problema da polícia, que já é totalmente da FRELIMO?"

Durante a conferência de imprensa, o arcebispo da Diocese dos Libombos, Dom Dinis Sengulane, não quis falar com os jornalistas.

Tanto Guebuza como Dlakhama têm manifestado repetidamente a disponibilidade de manter este encontro, que, de acordo com opinião generalizada, seria a saída para acabar com o clima de tensão no país.

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