Juventude moçambicana não tem grandes expetativas futuras
12 de agosto de 2022Ananis Machava, natural de Inhassoro, disse à DW África que o seu dia-a-dia, e o de muitos outros jovens, é difícil, porque não há emprego. Machava coloca as esperanças na reforma na função pública.
"A política de reforma tem que ser reforçada para se poder abrir oportunidades para jovens pegarem neste país, para mudar alguma coisa. Porque o país precisa de jovens criativos. Mas estes não conseguem esses empregos e serviços, então tem sido difícil no dia-a-dia dos jovens”, lamenta.
Francisco Luís, de Maxixe, afirma que osjovens não têm representação adequada a nível político. Diz que ainda há muito trabalho a fazer.
"A camada jovem está de certa forma pouco representada cá no nosso país" assegura, acrescentando que algumas ONGs têm enfatizado a questão da participação dos jovens, mas que esta ainda não está enraizada nas instituições do país.
Jorge Gustavo, outro jovem de Inhambane, salienta uma das consequências graves da falta de trabalho remunerado para os jovens.
"Metem-se no consumo de drogas, motivados pela falta de emprego. Muitos problemas que o jovem tem é devido a falta de emprego", disse Gustavo à DW África.
Apoio para o empreendedorismo jovem
Mesmo os jovens que têm emprego no setor público em Moçambique muitas vezes não conseguem ter uma habitação própria. Por isso, Issufo Abdul, jovem do distrito de Homoine diz haver uma falha na política de habitação para jovens funcionários.
"A política também não está muito clara", diz, explicando que só a muitsos só resta a alterativa de construir casa tradicionais."Ter uma casa convencional é muito difícil”, lamenta.
Hélder Josias, secretário provincial da Juventude e Emprego em Inhambane, confirma haver problemas, mas incentiva os jovens ao empreendedorismo recorrendo a créditos que o Governo coloca à disposição.
"Incentivar os jovens para se organizar porque este financiamento queremos mesmo acreditar que vão investir aos jovens de espírito empresarial."