Dineo: A força destruidora do ciclone em Moçambique
O ciclone que atingiu o sul do país esta semana fez sete mortos e 55 feridos, segundo o balanço oficial. Casas, escolas e estradas ficaram destruídas. Governo promete assistência.
Sete vítimas mortais
Relatório do Centro Nacional Operativo de Emergência contabiliza 650 mil pessoas afetadas pelo ciclone Dineo, que atingiu na quarta-feira (15.02) a província de Inhambane, no sul do país. Sete pessoas morreram devido à queda de árvores e tectos de casas. 55 pessoas ficaram feridas, quatro em estado grave.
Alerta vermelho
Os distritos mais atingidos foram Massinga, Morrumbene, Maxixe, Jangamo, Zavala, Homoíne, Vilanculos, Inharrime e Inhassoro, todos na zona costeira. Os ventos atingiram uma velocidade de mais de 100 quilómetros por hora, com rajadas de cerca de 150 quilómetros por hora.
Sem telhado, sem luz, sem água
O balanço oficial dá conta de danos em 106 edifícios públicos, 70 unidades hospitalares, 998 salas de aula, três torres de comunicação, 48 postos de transporte de energia elétrica e dois sistemas de abastecimento de água.
Ligação cortada
A ponte que liga a Cidade de Inhambane a Maxixe ficou destruída à passagem do Dineo. Esta é a principal via de circulação de pessoas e bens entre as duas cidades. Agora, a população vê-se obrigada a fazer um percurso mais longo, que implica quase o dobro dos custos.
Acesso bloqueado
As autoridades moçambicanas ativaram os centros operativos de emergência em todos os locais afetados. Falta de comunicação e danos nas vias de acesso dificultaram trabalhos de atualização de dados, segundo o CNOE. Ruas ficaram inundadas e os ventos fortes derrubaram árvores e postes de eletricidade.
Esperar por água
Depois dos cortes causados pelo ciclone, fornecimento de água ainda não foi regularizado em várias zonas, como na cidade de Inhambane e em Maxixe. Populares são obrigados a recorrer a fontes públicas.
Escolas encerradas
Na sexta-feira (17.02), por precaução, foram canceladas as aulas nos distritos de Massinga, Morrumbene, Vilankulos, Jangamo, cidade de Inhambane e Maxixe. Serviço Distrital de Educação de Maxixe também sofreu danos, com placas de zinco arrancadas do telhado do edifício.
Avaliar estragos e apoiar vítimas
O Presidente Filipe Nyusi garantiu assistência às pessoas afetadas "o mais rápido possível". "Como ações de resposta, foram criadas equipas de monitorização e avaliação rápida, abrigo, planificação e informação", segundo o CNOE. Na foto: o pavilhão polivalente da Universidade Pedagógica da cidade de Maxixe, após o ciclone.
Mau tempo continua
Embora o ciclone já não esteja no país, os efeitos deverão continuar a fazer-se sentir em Moçambique, com chuvas moderadas e ventos fortes durante o fim-de-semana, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia. Entretanto classificado como "depressão tropical", Dineo poderá atingir agora a África do Sul, o Zimbabué e o Botsuana.