Dividendos da NOS para Isabel dos Santos ficam congelados
1 de setembro de 2021O Ministério Público (MP) português determinou que os dividendos oriundos da NOS não poderão servir para Isabel dos Santos abater as suas dívidas com a Caixa Geral de Depósitos (CGD) de Portugal.
A operadora de telecomunicações distribuía dividendos junto das empresas de Isabel dos Santos através da Zopt – empresa que controla 53.15% da NOS. De recordar que a Zopt encontra-se em processo de dissolução e que o capital da NOS chegou a ser alvo de arresto preventivo em abril de 2020.
A informação avançada pelo jornal digital português Eco salienta que o MP determinou que montante financeiro fique guardado na CGD. Segundo a reportagem assinada pelo jornalista Alberto Teixeira, "em março deste ano, a operadora de telecomunicações pagou mais de 143 milhões de euros aos acionistas, com 74 milhões de euros a serem transferidos para a Zopt".
A Zopt é uma empresa dividida entre Isabel dos Santos e o grupo Sonae - uma multinacional de negócios diversificados. A empresária angolana detém a sua parte na Zopt através das sociedades Kento Holding e Unitel, cujos dividendos estão congelados pela justiça devido a uma ação impetrada pelo Estado angolano.
Crédito da Kento Holding
"O MP requereu à Zopt que os montantes que cabiam às duas sociedades fossem depositados na CGD para garantir que os mesmos fiquem à ordem destes autos", publica o Eco citando o relatório de contas do primeiro semestre da Sonaecom, divulgado esta terça-feira (31.09).
A reportagem avança que o MP também determinou que os dividendos da Zopt não possam ser usados para pagar um alegado crédito da CGD sobre a Kento Holding.
"Se o banco estatal português quiser reaver o financiamento que concedeu ao veículo de Isabel dos santos deve fazer valer os seus alegados direitos pelo meio processualmente adequado", segue a reportagem, sublinhando que a CGD avançou com uma ação de execução de 6,2 milhões de euros contra a Kento Holding.