Diáspora de Moçambique vota até ao final do dia na Alemanha
15 de outubro de 2014O círculo eleitoral da Europa e resto do mundo é integrado no continente europeu por Portugal, com cerca de 1.300 cidadãos moçambicanos recenseados e pela Alemanha, com 550 eleitores.
Ao início da tarde, na Alemanha, alguns residentes moçambicanos já tinham votado, mas outros esperavam ainda pelo final do dia, para exercerem o seu direito de voto depois do trabalho, nos locais onde Moçambique tem representação diplomática: Berlim, Hamburgo, Estugarda e Munique.
Aron Katija, funcionário da Companhia das Águas em Munique, vive na Alemanha há 35 anos. “Eu já votei, em Munique. Para mim é um dia muito importante, para que os moçambicanos escolham os seus dirigentes. Cada um vai escolher os dirigentes que vão cumprir os seus objectivos principais para o povo moçambicano", contou à DW África.
João Augusto, a residir na Alemanha desde 1980, trabalha actualmente como controlador de robots de soldadura e a meio da manhã também já tinha exercido o seu direito de voto, "no Consulado Honorário de Moçambique", especificou. "Já apareceu muita gente e muitos estão a caminho para virem votar", disse João Augusto.
Maior fluxo de eleitores ao final da tarde
Nem todos conseguiram votar na manhã desta quarta-feira. E há uma explicação para o eventual aumento do fluxo de eleitores nos locais de voto nas embaixadas e consulados da Europa a partir do final da tarde. António Chichone, candidato a deputado pelo círculo da Europa e Resto do Mundo pela RENAMO, a viver em Portugal, explica que “os residentes na Europa têm uma maneira de viver, um estilo de vida diferente. Têm ocupações, uma vida corrida, preenchida. E a eleição calhou num dia de semana. Muitos dos eleitores deixaram para o final da tarde e haverá uma adesão maior".
A caminho de Estugarda, para exercer o seu direito de voto, Rui Sixpence Conzane também falou à DW África neste dia de eleições. Residente na Alemanha desde 1987, é candidato a deputado do círculo Europa e Resto do Mundo pela FRELIMO.
“Neste momento são dois os países que têm a possibilidade de votar: Portugal e Alemanha", frisou, acrescentando que votam apenas "para eleger o Presidente e os deputados da Assembleia da República". "Estou a caminho de Estugarda, onde vou exercer o meu direito de voto. Gostaria de ser um dos primeiros a votar, mas terei que percorrer estes 300 km para lá chegar", revelou o candidato.
Sensibilizar para o recenseamento
Desde 2009, o número de recenseados registou um aumento tanto em Portugal – onde passou de cerca de 800 para 1.300 – como na Alemanha, onde passou de 375 para 550 recenseados. Mas os dados estão aquém do número real de residentes moçambicanos nestes países. Por isso, partidos e instituições diplomáticas consideram que é preciso sensibilizar mais a diáspora moçambicana.
António Chichone, candidato a deputado pelo círculo da Europa e Resto do Mundo pela RENAMO, considera que “é preciso fazer um trabalho de base, para que estes moçambicanos não vão à embaixada simplesmente fazer o bilhete de identidade ou o passaporte".
"Esta questão precisa de mais esclarecimentos no futuro por parte dos responsáveis das instituições - a nível da Europa falo dos responsáveis das embaixadas - para que os moçambicanos participem neste processo de recenseamento e votação", afirma Chichone.