DW condena atos intimidatórios a correspondentes em Angola
25 de agosto de 2022A DW enviou esta quinta-feira (25.08) uma carta oficial de protesto ao Ministério da Comunicação Social de Angola pelo tratamento dado aos correspondentes da emissora na cobertura às eleições gerais no país.
Esta quarta-feira (24.08), em Malanje, um dos jornalistas da DW África estava a cobrir as eleições quando foi detido por agentes da ordem pública. O repórter trabalhava fora da área da mesa de voto e gravava um vídeo quando foi abordado.
O correspondente foi levado ilegalmente para uma esquadra de polícia, onde foi interrogado e libertado após cerca de uma hora. Foi acusado de desacatar a autoridade do Estado, o que é absolutamente inaudito no contexto de um jornalista credenciado pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE) e pelo Centro de Imprensa Aníbal de Melo (CIAM), "trabalhando sob acreditação plena e válida, cobrindo um evento público, tal como uma eleição", diz a nota de protesto.
Motorista raptado
Outro incidente registou-se esta quinta-feira (25.08). O condutor de um dos nossos correspondentes em Luanda foi raptado por polícias à paisana em pleno exercício da sua atividade profissional. Os polícias puseram o motorista na bagageira de um carro e partiram com ele. Horas depois, ele foi libertado.
"Este grau de intimidação de jornalistas que cobrem as eleições em Angola é inaceitável", diz o texto da reclamação oficial da DW enviado ao ministro Manuel Gomes da Conceição Homem.
"Ficar-lhe-íamos muito gratos se nos pudesse tranquilizar sobre a segurança dos nossos correspondentes em Angola e se tomasse todas as medidas necessárias para assegurar o seu trabalho de cobertura das eleições no seu país sem qualquer entrave", diz a DW ao Ministério da Informação de Angola.