Edgar Lungo é o novo Presidente da Zâmbia
26 de janeiro de 2015Depois de dias de espera, a Zâmbia tem um novo Presidente: Edgar Lungu do partido no poder, a Frente Patriótica, tomou posse neste domingo (25.01).
Segundo resultados oficiais, Lungu obteve 48,3 por cento dos votos, enquanto Hakainde Hichilema do Partido Unido para o Desenvolvimento Nacional, UPND, ficou em segundo lugar com 46,7 por cento.
Falando durante o seu empossamento, em Lusaka, neste domingo (25.01), o recém-eleito Presidente Edgar Lungu disse que irá introduzir um imposto baseado num royalty mineral, em vez de um imposto baseado no lucro das empresas.
De acordo com Edgar Lungu, "o desejo do Governo de garantir que as empresas paguem os impostos certos vai continuar, este é um imperativo para garantir os princípios de boa governação". E o recém empossado acrescentou: "Deixem-me garantir aos investidores que continuamos abertos ao diálogo", destacou Lungu.
As promessas do novo Presidente não ficam por aqui: "Quero definitivamente entregar uma nova Constituição, conforme a estratégia recentemente divulgada. "
Lungo apontou também a promulgação de uma nova Constituição como uma prioridade e nomeou o advogado Ngosa Simbyakula, ministro da Justiça para supervisionar esse processo.
Suspeitas da oposição
Um dos candidatos perdedores, Edith Nawakwi do partido Fórum para a Democracia e Desenvolvimento (FDD, na sigla em inglês) atribuiu a perda da oposição ao facto de Edgar Lungu ter ocupado o cargo de ministro da Justiça e da Defesa na época das eleições.
E Edith Nawakwi insinua: "Mas um dos nossos candidatos parece que recebeu tratamento preferencial em virtude do seu cargo. Estas são as razões pelas quais as pessoas ficaram ansiosas. Elas podem ter sido postas de lado, mas estes são os problemas reais."
Apesar de terem sido declaradas em grande parte pacíficas, livres e justas por observadores locais e internacionais, o líder da oposição, Hakainde Hichilema, do UPND disse que a vitória foi roubada e que os resultados não correspondem à vontade do povo
Mas a representante nacional do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Janet Loogan, está satisfeita com a forma como as eleições foram conduzidas.
Para Janet Logan foi um exemplo: "Acho que a grande coisa foi o povo da Zâmbia ter optado por fazer uma transição pacífica através de eleições. Mostrou ao mundo como fazê-lo e, mesmo na época das chuvas, a Comissão Eleitoral fez um grande trabalho em resposta aos desafios. "
As eleições foram realizadas no pico da estação chuvosa, o que gerou pesadelos logísticos.
Retrocesso no processo eleitoral
Sobre lições que a Comissão Eleitoral da Zâmbia aprendeu, a presidente da Comissão de Justiça, Ireen Mambilima, disse: "A forma como conduzimos esta eleição, acho que a comissão eleitoral regrediu em termos de garantias de transparência a todos os níveis."
"Precisamos colocar nossa casa em ordem. Conhecemos nossas estações e evitar ter eleições em um momento como este. Então, o que aprendemos é que vamos ter a nossa Constituição e resolver este problema", finaliza Mambilima.
As eleições na Zâmbia foram desencadeadas pela morte, em outubro passado, do Presidente Michael Sata.
Com outra eleição prevista para o final do próximo ano, quando o mandato do Sata terminaria, acredita-se que Edgar Lungu terá pouco tempo para fortalecer uma economia instável em um dos mercados de fronteira mais promissores da África.