Eleições em Marracuene: Queixas na nova vila autárquica
11 de outubro de 2023Na nova vila autárquica de Marracuene, na província de Maputo, votou-se pela primeira vez para eleger um edil, mas o cabeça de lista do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Manuel Julião, apresenta reclamações.
"Os nossos fiscais estão a ser bloqueados. Até este momento, temos pessoas [delegados de lista de partidos] na Comissão Distrital de Eleições [CDE]. A expetativa não é das melhores", diz Manuel Julião em declarações à DW África.
O candidato acrescenta que estes problemas foram denunciados de imediato aos órgãos eleitorais, mas a resposta tardava: "Dizem que estão à espera de ordens superiores e não sabemos quem dá esta ordem superior".
"O grande impasse é que este problema afeta a RENAMO e o MDM, mas não a FRELIMO. São apenas os fiscais do MDM e da RENAMO que não estão a ser enquadrados, e os seus Membros das Mesas de Voto estão a ser retirados das salas", afirma Manuel Julião.
Suposta duplicação de nomes
Ao coro de lamentações junta-se o cabeça de lista da Nova Democracia, Custódio Mate, que se estreia neste evento político e denuncia a duplicação de nomes de alguns eleitores nos cadernos eleitorais.
Custódio Mate diz que foi o caso de um eleitor que acionou o alerta: "Mandaram-no escolher a mesa de voto onde queria votar. E isto chamou a atenção. Tentámos investigar e as pessoas que estão aqui a trabalhar informaram-nos que é uma situação que está a acontecer não só com este senhor. Há várias pessoas que têm nomes replicados nas listas".
O cabeça de lista da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO, o maior partido da oposição) em Marracuene diz que, apesar destes problemas pontuais, o processo correu como esperava.
"Há algumas dificuldades no que diz respeito à colocação dos Membros das Mesas de Voto, com problemas relacionados com os delegados de candidatura, mas isso são coisas que estão a ser bem tratadas e acredito que, até ao fim do dia, tudo isso será ultrapassado", afirmou Rahil Khan.
Shafee Sidat, candidato pela Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO, no poder), elogiou o ambiente pacífico nestas eleições.
"Todos nós estivemos unidos e as coisas correram normalmente. Penso que o processo vai ser assim, sem problemas. O que vai mudar para Marracuene é que a pessoa que vencer terá que trabalhar muito para este povo que merece", disse Sidat.
As eleições autárquicas decorrem em 65 municípios, entre vilas e cidades moçambicanas.