Eleições: MPLA dominou cinco províncias em 2017
14 de agosto de 2022O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), no poder desde 1975, venceu as últimas eleições gerais angolanas de 2017 com um total nacional de 4,1 milhões de votos (61,8%) e elegeu 150 deputados, segundo escrutínio definitivo de 06 de setembro de 2017 divulgado pela Comissão Nacional Eleitoral.
A Lei Orgânica das Eleições Gerais estabelece que cada uma das 18 províncias angolanas compreende um círculo provincial, elegendo cinco deputados cada, e um círculo nacional que tem 130 deputados.
Malanje (163 mil votos), Huíla (453 mil votos), Cunene (156 mil votos), Cuanza Norte (91 mil votos) e Cuanza Sul (308 mil votos) foram as cinco províncias, os cinco círculos provinciais, onde o MPLA obteve todos os lugares.
Na estatística nacional de votos das eleições de 2017, em que participaram 7 milhões de eleitores e apenas 6,8 milhões de votos foram válidos, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), na oposição, foi o segundo partido mais votado com 1,8 milhões de votos (26,68%), tendo eleito 51 deputados.
CASA-CE duplicou resultados
A Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE), liderada na altura por Abel Chivukuvuku, somou 643,9 mil votos (9,45%) e quedou-se na terceira posição e elegeu 16 deputados, duplicando os resultados de 2012.
Nas posições imediatas ficaram o Partido de Renovação Social (PRS), com 92,2 mil votos (1,35%), que elegeu dois deputados, a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), com 63,6 mil votos (0,93 %), com um deputado, e a Aliança Patriótica Nacional (APN) com 34,9 mil votos (0,51%) e não teve qualquer assento na Assembleia Nacional (parlamento angolano).
A UNITA elegeu dois deputados nos círculos provinciais de Luanda, maior praça político eleitoral de Angola, onde conquistou 759 mil votos contra 1 milhão de votos do MPLA, que elegeu três deputados.
Nos círculos provinciais de Cabinda, Zaire e Namibe a CASA-CE "roubou” votos aos grandes e totalizou quatro deputados. Em Cabinda, a convergência eleitoral foi a segunda força política mais votada, totalizando 44 mil votos que elegeram dois deputados.
Em 2017, o MPLA elegeu dois deputados em Cabinda e a UNITA elegeu apenas um.
A CASA-CE, então liderada por Abel Chivukuvuku, agora o segundo da lista da UNITA para as eleições gerais de 24 de agosto, também elegeu um deputado no círculo provincial do Namibe, onde os restantes foram o MPLA, e no Zaire, onde a UNITA também elegeu um deputado e os "camaradas” três deputados.
O PRS, com génese no leste de Angola, manteve a tradição local e, em 2017, foi o terceiro partido mais votados nos círculos provinciais da Lunda Sul (12 mil votos), Lunda Norte (11 mil votos) e Moxico (5,5 mil votos), três províncias do leste do país.
Apesar dos resultados naquela região do país, os renovadores sociais elegeram apenas dois deputados no computo global dos votos nacionais.
Seis partidos voltam a concorrer
A Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), histórico movimento angolano de libertação do país, na altura liderada por Lucas Ngonda elegeu apenas um deputado, no total de 220 que compõem o hemiciclo do parlamento angolano, cujos mandatos de cinco anos estão prestes a cessar.
As seis formações políticas que participaram nas eleições de 2017, nomeadamente MPLA, UNITA, CASA-CE, PRS, FNLA e APN, concorrem novamente às eleições gerais de 24 de agosto de 2022 ao lado de dois novos partidos, Partido Humanista Angolano (PHA) e Partido Nacionalista para a Justiça em Angola (P-NJANGO).
As quintas eleições gerais da história política de Angola elegem o Presidente da República, cabeça de lista do partido ou coligações de partido político mais votado, e deputados à Assembleia Nacional.
João Lourenço, Presidente da República de Angola cessante e líder do MPLA, é o cabeça de lista dos "camaradas”, Adalberto Costa Júnior, cabeça de lista da UNITA, Manuel Fernandes, cabeça de lista da CASA-CE, Benedito Daniel, cabeça de lista do PRS, Nimi-a-Simbi, cabeça de lista da FNLA, Quinto Moreira, cabeça de lista da APN, Bela Malaquias, cabeça de lista do PHA, e Jonatão "Dinho” Chingunji, cabeça de lista do P-NJANGO.
As oito formações políticas concorrentes percorrem o país em campanha eleitoral, desde 24 de julho, na caça ao voto.