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Eleições em Angola: Listas de deputados ainda em segredo

José Adalberto (Huambo)
16 de maio de 2022

A menos de quatro meses das eleições gerais em Angola, os partidos mantêm em segredo as listas dos candidatos a deputados. Mas já prometem novidades e vitalidade, igualdade de género e integração dos jovens.

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Angola | Nationalversammlung
Foto: Borralho Ndomba/DW

Embora não sejam ainda do domínio público os nomes que irão integrar as listas de deputados à Assembleia Nacional das várias formações políticas angolanas, nos bastidores já é notório o vai e vem dos militantes e simpatizantes às sedes dos partidos.

É o tudo ou nada dos que se julgam com mérito para integrar as listas dos seus partidos nas eleições gerais de agosto ou dos que se acham com capacidade para continuarem a figurar nas listas.

Ao que a DW apurou, em quase todos os partidos são os líderes partidários e os órgãos estatutários que irão definir os nomes nas listas. Fonte ligada ao Movimento Popular de Libertação Nacional (MPLA) fez saber, por exemplo, que neste momento decorrem ao nível dos organismos estatutários JMPLA, braço juvenil do partido no poder, e OMA - Organização da Mulher Angolana, o processo de seleção dos candidatos.

Na União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) o processo vai avançado e, este ano, com a integração de membros do partido Bloco Democrático e do projeto político PRA-JA Servir Angola.

Angola | Protestmarsch Frente Patriótica Unida (FPU)
Cartaz da Frente Patriótica Unida numa marcha de mobilização, em Luanda.Foto: Borralho Ndomba/DW

De acordo com o porta-voz da UNITA, Marcial Dachala, em breve serão conhecidos nomes que irão integrar a lista pela Frente Patriótica Unida (FPU): "O processo está a decorrer de forma satisfatória e, garantidamente, muito brevemente nós viremos a publico e será, naturalmente, o presidente a anunciar aqueles que constarão da lista de candidatos à Assembleia Nacional com a lista da UNITA".

Sociedade civil é bem-vinda

Na coligação eleitoral CASA-CE, o processo de escolha dos candidatos é feito ao nível dos partidos que compõem a coligação, mediante a quota atribuída pela direção da coligação, observando a proporção entre o género e a juventude.

Em entrevista à DW, o presidente da coligação eleitoral CASA-CE, Manuel Fernandes, fez saber que a coligação que dirige vai igualmente integrar outras personalidades da sociedade civil, sem qualquer vínculo à coligação, desde que preencham o perfil exigido. "Todo e qualquer responsável a ser indicado deve ser patriota, com a missão de vir para servir", afirma.

Angola I Foundation of CASA-CE
Manuel Fernandes, coordenador da CASA-CE, num cartaz comemorativo dos 10 anos do partido.Foto: Borralho Ndomba/DW

"Porquanto, são quadros que vão fazer parte enquanto candidatos a deputado. Na eventualidade de ser sufragada a CASA-CE para condizer os destinos do país, muitos deles poderão sair da lista para fazerem parte do Executivo", explica Fernandes.

Independentes, jovens e mulheres

Já no Partido de Renovação Social (PRS), o secretário-geral Rui Malopa afirma que está a decorrer a seleção dos candidatos nas 18 províncias e informa que há abertura para integrar independentes: "O partido, nestas eleições, tal como nas eleições anteriores, também dá abertura à entrada nas listas de candidatos independentes ou candidatos que não sendo militantes do PRS pretendam fazer parte das listas de candidatos a deputado pelo PRS, quer aos círculos provinciais, como no círculo nacional", adianta.

A histórica Frente Nacional de Libertação Nacional (FNLA) parte para o pleito de agosto com o objetivo de melhorar o seu desempenho político. Com apenas um deputado no atual legislatura, o partido quer atrair jovens e mulheres para injetar "sangue novo" nas listas. Apesar de não garantir ainda paridade de género, o porta-voz do partido, Ndonda Nzinga, promete um partido competitivo.

"Este trabalho está em curso. Ainda não é para divulgar neste preciso momento, mas a breve trecho a reunião do comité central vai aprovar a lista e, necessariamente, faremos a divida divulgação", afirma.

"O meu voto vai para a juventude e não para os mais velhos"

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