Eleições em Cabo Verde: Aristides Lima aposta no voto da cidadania
18 de julho de 2011Apesar de pertencer ao Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), partido no poder em Cabo Verde, Aristides Lima não conta com o apoio desta força política.
Nestas eleições, Lima é apoiado pela União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID) e pelo Partido do Trabalho e Solidariedade (PTS), duas pequenas forças políticas com implantação nas ilhas do norte, sobretudo em São Vicente.
Não menos importante é o apoio que vem recebendo à revelia da cúpula do PAICV de uma parte dos militantes deste partido, de que já foi Secretário-Geral.
Neste sentido, Aristides Lima fala de eleições muito especiais: “É a primeira vez que estamos a ver uma afirmação muito grande da cidadania em torno desta candidatura, que está muito enraizada na sociedade cabo-verdiana, em todas as ilhas e também nas comunidades no exterior”.
“Presidente ativo”
Na sua plataforma eleitoral, Aristides Lima propõe continuar a contribuir para a afirmação do Estado de direito democrático, o desenvolvimento do Estado social e a melhoria do bem-estar da sociedade cabo-verdiana. E promete ainda exercer uma magistratura próxima dos cidadãos.
“Quero ser um presidente que exerce plenamente as suas funções, que coopera lealmente com o governo e que pretende dar uma contribuição fundamental para o reforço da unidade no povo cabo-verdiano”, referiu.
Caso seja eleito como Presidente da República, Aristides Lima quer também dar uma “atenção particular” às comunidades cabo-verdianas no exterior e ser um “presidente ativo” nas relações com os outros países, “procurando complementar a ação do Governo no plano externo, para que o Presidente da República contribua para a afirmação de Cabo Verde no mundo, para a sua credibilidade e para que Cabo Verde tenha os necessários apoios internacionais para o seu desenvolvimento”.
Biografia
Aristides Raimundo Lima foi jornalista e professor de Português no início da independência de Cabo Verde. Tem 52 anos, nasceu em Sal-Rei (ilha da Boa Vista) e é conhecido por ser “moderado”, título que ganhou sobretudo no Parlamento cabo-verdiano, de que foi presidente entre 2001 e 2011.
Mestre em Direito pelas universidades alemãs de Heidelberg e Mannheim, em cuja dissertação obteve a classificação de “Muito Bom”, o candidato presidencial é também tido como um homem próximo do chefe de Estado cessante, Pedro Pires, impossibilitado constitucionalmente de concorrer a um terceiro mandato.
Numa frase, Lima refere-se a si próprio como uma “pessoa simples, que gosta muito do seu país”. Além do crioulo e português, fala alemão, inglês, francês e espanhol.
Autores: Nélio dos Santos (Praia) / Guilherme Correia da Silva
Edição: António Rocha