Partidos focam-se nos problemas da população de Maputo
10 de setembro de 2019A campanha para as eleições gerais, para assembleias provinciais e a eleição dos governadores provinciais entrou esta terça-feira (10.09) no décimo primeiro dia. Os partidos políticos concorrentes e os candidatos continuam a tentar convencer o eleitorado a votar neles, prometendo "dias melhores" para a população da província de Maputo.
Na sua terceira aparição de caça ao voto na província de Maputo, o candidato a Presidente da República pela RENAMO, o maior partido da oposição, Ossufo Momade, foi nesta terça-feira (10.09) "namorar” o eleitorado no distrito de Marracuene, província de Maputo, com "uma mala” cheia de promessas.
Ossufo Momade quer baixar o IVA
"Temos projetos para os jovens terem emprego. O nosso país é rico”, apontou Ossufo Momade, prometendo se vencer o pleito "vamos baixar o IVA (Imposto de Valor Acrescentado), os vendedores deste mercado pagam taxas mas não têm bancas melhoradas, porque esses [FRELIMO], não sabem governar”, disse o líder da RENAMO aos vendedores de um mercado na vila de Marracuene.
Momade não só pediu voto para si e para a RENAMO, mas também para o cabeça de lista nesta província para o cargo de governador, António Muchanga. E para convencer o eleitorado a votar nele preferiu ir pelas críticas ao partido que governa Moçambique, desde a independência em 1975, a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO).
Muchanga, por sua vez, recorreu às dívidas ocultas que, segundo ele, estão hoje a sacrificar o povo. E tenta convencer o eleitorado de que a melhor escolha é a RENAMO e o seu candidato Ossufo Momade.
"Como partido propusemos que o atual Presidente da República, Filipe Nyusi, fosse ao Parlamento explicar o que sabe sobre as dívidas ocultas, mas a bancada maioritária da FRELIMO recusou”, indicou Muchanga para quem "a RENAMO procurou saber por que é que o Presidente da República não diz quem são as pessoas envolvidas nas dívidas e descobrimos que ele tem uma mão lá, porque era ministro da Defesa na altura [da contratação das dívidas]”, acusou.
FRELIMO luta pela continuidade
Na Matola, a FRELIMO, o partido no poder, através do seu membro sénior Arão Nhacale, prometeu ao eleitorado dar continuidade aos projetos de desenvolvimento do país. Aliás, a FRELIMO também promete criar novos empregos para jovens tendo em conta os grandes investimentos que estão a ser feitos no país.
"Queremos apelar a todo o nosso eleitorado para que no dia 15 de outubro faça uma escolha certa, que dê garantias de continuidade das obras realizadas pelo Governo da FRELIMO e por Filipe Nyusi”, garantiu Nhancale.
Ainda na província de Maputo, a FRELIMO reforçou-se com a presença de Jacinto Luis membro do partido, que em contactos porta-a-porta tentava conquistar os eleitores, tendo a paz como "cavalo de batalha”.
"O Presidente Nyusi deu-nos mostras de que é um homem de paz, que ama o seu povo”, destacou Luís concluindo que "o Presidente Nyusi é a melhor escolha para o povo moçambicano”.
MDM aposta na melhoria de saneamento de meio na Matola
Augusto Pelembe, a cabeça de lista do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), a segunda maior força da oposição, e candidato a governador na província de Maputo, escolheu o mercado da Matola "A”, e de banca em banca mostrou o projeto de governação do partido, "temos que ir no dia 15 votar para que este bairro não continue nesta situação, com falta de água e fraco saneamento de meio... então esta desorganização com o modelo da boa Governação do MDM vai acabar”, prometeu o cabeça de lista do partido do "Galo”, Augusto Pelembe.
CIP denuncia ilícitos eleitorais
Neste décimo primeiro dia de campanha o CIP, Centro de Integridade Pública, denunciou atos de vandalismo, agressões e sabotagens entre os membros dos principais partidos: FRELIMO, RENAMO e MDM.
De acordo com a organização, desconhecidos incendiaram na madrugada do dia 7 de setembro a residência de um membro da RENAMO de nome José Luís, no posto administrativo de Inhangoma, distrito de Mutarara, província central de Tete.
Ainda na mesma província, um simpatizante da FRELIMO foi agredido e amarrado por simpatizantes da RENAMO, no distrito de Chifunde. O episódio deu-se quando a vítima, que trajava uma camiseta da FRELIMO, passou frente à sede da RENAMO, tendo sido acusado de ser espião da FRELIMO. A polícia foi chamada a intervir para repôr a ordem.
O analista Tomás Vieira Mário chama atenção aos partidos políticos para que tomem o período de campanha como "uma festa. Ora festa não se faz com pessoas embriagadas que só fazem barulho (…), há uma série de ingredientes que fazem a campanha ser válida e até boa de assistir”, considerou.