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CriminalidadeMoçambique

Empresário moçambicano novamente raptado no centro de Maputo

Lusa | DW (Deutsche Welle)
22 de janeiro de 2024

Um empresário moçambicano foi raptado sábado, em Maputo, por um grupo de quatro homens que efetuou disparos na via pública, mostram imagens postas a circular nas redes sociais. A vítima já tinha sido sequestrada em 2011.

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Rua de Maputo
Foto: picture-alliance/A. Petrovic

O empresário foi sequestrado no último sábado (20.01) quando saía de um edifício na Avenida Ho Chi Min, no centro da cidade, por volta das 07:30 locais, segundo mostram imagens do sistema de videovigilância tornadas públicas.

O grupo de agressores, munido de várias armas de fogo, efetuou vários disparos na via pública. A vítima, que na altura estava com dois seguranças, foi arrastada para o interior da viatura dos raptores.

O empresário sequestrado é um dos donos dos Armazéns Atlântico, que fugiu do cativeiro depois ter sido raptado em junho de 2011. É primeira vítima conhecida de raptos em Moçambique.

Outra tentativa de rapto

Na última terça-feira (16.01), um gestor de uma loja foi ferido no abdómen durante uma tentativa de rapto frustrada. O homem saía de uma mesquita e dirigia-se ao local de trabalho, na Avenida Filipe Samuel Magaia, quando três homens armados com uma AKM tentaram levar a vítima à força para o interior da viatura em que se faziam transportar.

A ação foi inviabilizada por populares, que arremessaram pedras e outros objetos contra os autores do crime, partindo os vidros do veículo. Os três homens puseram-se em fuga, mas atingiram a vítima a tiro no abdómen e feriram ligeiramente um homem, atingido de raspão com um tiro nas costas.

"Infelizmente, a vítima foi atingida no abdómen, mas está fora de perigo e em segurança, na sequência de uma ação de populares", disse então à Lusa o porta-voz da polícia em Maputo, Leonel Muchina.

Membros da Confederação das Associações Económicas de Moçambique
Confederação das Associações Económicas (CTA) pede penas de prisão "mais severas" para raptoresFoto: Romeu da Silva/DW

Penas de prisão "mais severas"

Face a esta nova onda de casos, a Confederação das Associações Económicas (CTA), a maior associação patronal de Moçambique, defendeu no início de novembro, penas de prisão "mais severas" contra raptores e sem possibilidade de pagamento de caução para travar estes crimes.

Uma petição lançada há cerca de um mês, dirigida aos governos de Moçambique e de Portugal, pede medidas para resgatar os cidadãos em cativeiro, apelando para que "não deixem estas vítimas cair no esquecimento", tendo reunido já mais de meio milhar de subscritores.

A polícia de Moçambique deteve na madrugada de 18 de dezembro três pessoas envolvidas no rapto de uma jovem luso-moçambicana de 26 anos, que esteve em cativeiro durante 50 dias.

Algumas cidades moçambicanas, principalmente as capitais provinciais, voltaram a ser afetadas desde 2020 por uma onda de raptos, visando principalmente empresários ou seus familiares.

Moçambique: Empresários da Beira protestam contra raptos