Escritor Germano Almeida vence Prémio Camões 2018
21 de maio de 2018O escritor cabo-verdiano Germano Almeida afirmou-se "surpreendido", mas "muito feliz" por ser distinguido com o Prémio Camões.
"Estou contente, muito feliz por saber que o que escrevo é apreciado ao ponto de me darem um prémio tão prestigiado como o Camões", disse Germano Almeida em declarações à agência Lusa, por telefone, a partir da sua residência, na cidade cabo-verdiana do Mindelo.
Nascido em 1945 na ilha da Boavista e a viver atualmente no Mindelo, Germano Almeida é autor de obras como "A ilha fantástica", "Os dois irmãos" e "O testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo", estes dois últimos já adaptados para cinema.
"O fiel defunto" é o mais recente romance de Germano Almeida, cuja obra literária está traduzida em países como Itália, França, Alemanha, Suécia, Noruega e Dinamarca.
Formado em Direito em Lisboa, é advogado e foi procurador da República de Cabo Verde. Deu os primeiros passos na literatura na década de 1980, numa altura em que cofundou a revista Ponto & Vírgula.
Segundo cabo-verdiano a vencer
Germano Almeida, um dos escritores mais lidos e traduzidos de Cabo Verde, é o segundo autor cabo-verdiano a ser distinguido com o Prémio Camões, depois de o galardão ter sido atribuído em 2009 ao poeta Arménio Vieira.
O presidente da Academia Cabo-Verdiana de Letras (ACL), David Hopffer Almada, manifestou "uma satisfação enorme" e "grande orgulho" pela atribuição do prémio a Germano Almeida, considerando que reconhece o "trajeto histórico" da literatura cabo-verdiana.
"É uma satisfação enorme a seguir ao Prémio Camões de Arménio Vieira. É um grande orgulho para o país, para os dois escritores cabo-verdianos e para a Academia Cabo-Verdiana de Letras", disse David Hopffer Almada à Agência Lusa.
O júri desta 30.ª edição do Prémio Camões, que distinguiu Germano Almeida por unanimidade, foi composto por Maria João Reynaud (Portugal), Manuel Frias Martins (Portugal), Leyla Perrone-Moisés (Brasil), José Luís Jobim (Brasil), Ana Paula Tavares(Angola) e José Luís Tavares (Cabo Verde).
Para Abraão Vicente, o Prémio Camões é "um contributo extraordinário de um país como Portugal" que "dá para incentivar a crítica, a produção".
O Prémio Camões, considerado o maior prémio da Língua Portuguesa, foi instituído por Portugal e pelo Brasil em 1988 com o objetivo de distinguir um autor "cuja obra contribua para a projeção e reconhecimento do património literário e cultural da língua comum".
O Prémio Camões foi atribuído pela primeira vez em 1989 ao escritor Miguel Torga e em 2017 ao poeta Manuel Alegre.