Estabilidade deve ser prioridade do novo Presidente são-tomense
24 de novembro de 2011As eleições estão marcadas para o dia 17 de julho. O atual Presidente, Fradique de Menezes termina o seu segundo mandato consecutivo, o máximo permitido pela Constituição, pelo que deverá ser escolhida uma nova personalidade para o cargo. A pouco mais de dois meses para o escrutíno eleitoral são 13 os nomes citados como possíveis candidatos ao Palácio Cor de Rosa.
Candidatos a mais
Mas segundo disse à Deutsche Welle o analista especializado em assuntos são-tomenses, Gerhard Seibert, a grande maioria dos candidatos não tem hipótese de ganhar estas eleições presidenciais: “Outros podem até ter esta possibilidade, mas a sua nomeação ainda não foi confirmada”, realçou, acrescentando que com tantos candidatos, uma segunda volta eleitoral é quase incontornável: “Eu não posso imaginar, pelo menos neste momento, que qualquer um dos candidatos, seja ele Filinto Costa Alegre, Liberato Moniz, Elsa Pinto, Maria das Neves ou Aurélio Martins, possa ganhar já na primeira volta“.
Até agora, apenas o independente Francisco Rita, oficializou a sua candidatura. O partido Ação Democrática Independente, ADI, vencedor das legislativas, ainda não se decidiu por um candidato. Nomes como o do ex-presidente da República, Miguel Trovoada, ou do próprio primeiro-ministro, Patrice Trovoada já foram avançados, mas carecem de confirmação.
Oposição indecisa
Nas fileiras do MLSTP/PSD, o maior partido da oposição, aventa-se a possibilidade de candidaturas do ex-Presidente da República, Manuel Pinto da Costa, do atual presidente do partido, Aurélio Martins, da ex-primeira ministra, Maria das Neves e da ex-ministra da Defesa Elsa Pinto. Situação que, segundo Seibert, poderá fortalecer os adversários: “Aliás, não seria a primeira vez, porque já em 96 havia dois candidatos do MLSTP/PSD”. Na altura, explica Seibert, Carlos Graça ficou com 5%, não avançou para a segunda volta, mas apoiou Manuel Pinto da Costa que concorreu na segunda volta em nome do MLSTP: “Mas seja como for, mais de um candidato do MLSTP na primeira volta pode beneficiar qualquer outro candidato que não pertença a esta corrente política”, diz o analista,
Nos últimos 10 anos, lembra o analista, São Tomé e Príncipe viu a chegada ao poder de sete governos. Gerhard Seibert diz que é fundamental que o novo Presidente da República seja capaz de ajudar a manter a estabilidade política no país: “No regime semipresidencial de São Tomé é muito necessário ter um Presidente que, durante o seu mandato, se mostre apartidário e que esteja em condições de reconciliar os partidos e um Presidente que não se meta na vida partidária diária e na governação como aconteceu várias vezes nos anos passados”.
Autoria: Edlena Barros/Cristina Krippahl
Revisão: António Rocha