Estados Unidos instam Hamas a aceitar "cessar-fogo imediato"
5 de março de 2024O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, apelou esta terça-feira (05.03) ao Hamas para aceitar um "cessar-fogo imediato" com Israel, numa altura em que estão em curso negociações no Cairo entre o movimento islamita palestiniano e mediadores internacionais.
“Temos uma oportunidade [de alcançar] um cessar-fogo imediato que poderá trazer reféns [em posse do Hamas] para casa, permitir um aumento significativo da ajuda humanitária aos palestinianos que dela necessitam tão desesperadamente, e que poderá então também criar as condições para uma resolução duradoura” do conflito, declarou o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, que hoje recebeu em Washington o primeiro-ministro do Qatar, um dos países envolvidos na mediação internacional.
“Cabe ao Hamas decidir se está pronto para apoiar este cessar-fogo”, acrescentou.
O primeiro-ministro do Qatar, Mohammed bin Abdulrahmane Al-Thani, cujo país desempenha um papel fundamental nas negociações, prometeu ser “persistente para garantir que este acordo seja concluído”.
“Apesar dos esforços daqueles que tentam minar a paz, queremos a paz, queremos o fim do sofrimento humanitário, queremos que os reféns regressem às suas famílias”, referiu.
Situação "muito perigosa"
Antony Blinken também apelou a Israel para permitir que mais ajuda humanitária chegue à Faixa de Gaza, onde a ONU diz que a fome é quase inevitável, o que levou Washington a recorrer a lançamentos aéreos de ajuda.
No entanto, Osama Hamdan, alto funcionário do Hamas, frisou hoje a Washington que "mais importante do que enviar ajuda (para Gaza) é interromper o fornecimento de armas a Israel".
O Presidente dos EUA, Joe Biden, também alertou hoje para uma situação "muito perigosa" se Israel e o Hamas não conseguirem chegar a um cessar-fogo em Gaza até ao Ramadão.
"Se chegarmos a circunstâncias em que isto continue até ao Ramadão, Israel e Jerusalém poderão ser muito, muito perigosos", disse acrescentando que "não há desculpas" para Israel não permitir a entrada de mais ajuda humanitária no território.