Eurodeputados exigiram maior empenho da UE na Guiné-Bissau
23 de maio de 2012"Menos palavras e mais ação por parte da União Europeia" - são estes - em síntese - os apelos dos eurodeputados portugueses no debate desta quarta-feira (23.05.) no Parlamento Europeu, sobre a situação da Guiné-Bissau.
O plenário foi marcado pela ausência da Alta Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Catherine Ashton, e o facto foi notado em todas as intervenções. Ainda assim, ficou o apelo dos eurodeputados portugueses de vários partidos à Europa: "é preciso aumentar a pressão internacional para impôr o regresso à normalidade democrática na Guiné-Bissau."
Paulo Rangel pede ao Parlamento Europeu mais firmeza
Para o vice-Presidente do grupo PPE (Partido Popular Europeu) e Chefe da Delegação Portuguesa do PSD (Partido Social-Democrata), Paulo Rangel, "a falta de ação efectiva deve-se à ausência de interesses económicos numa Guiné-Bissau invísivel aos olhos da comunidade internacional".
Rangel sublinhou que "essa invisibilidade deve-se ao facto de não estarem aqui em causa interesses económicos de grande porte que motivem as potências europeias, americanas e mundiais a debaterem a situação do povo guineense", e concluiu: "se é preciso um motivo externo, se não basta a miséria e a instabilidade poltica para nós termos uma ação humanitária e política global, ao menos que a situação do narcotráfico fosse uma razão para nós nos empenharmos nisto."
Ana Gomes quer que os militares regressem aos quarteis
Também a eurodeputada socialista Ana Gomes apelou à ação por parte da União Europeia, considerando que a instituição deve aplicar a resolução da ONU perante a situação da Guiné-Bissau: "O que é preciso é justamente mandar os militares de regresso aos quartéis e claramente submetê-los ao poder civil democrático. A União Europeia tem que aplicar politicamente, na prática, não só em retórica, a resolução 2048 do Conselho de Segurança das Nações Unidas."
Rui Taveres exige o envio à Guiné de uma força europeia de estabilização
Um pedido subscrito pelo eurodeputado Rui Tavares, que considera que o problema da União Europeia está na intervenção prática: "Porque é que a Uniao Europeia nao faz mais?", questiona o eurodeputado independente e exige o envio de " uma força de estabilização e de paz com o acordo dos guineenses, que possa permitir o regresso ao país dos governantes legítimos"
A comunidade internacional continua a exigir o regresso à ordem
Constitucional, depois do golpe de Estado de 12 de abril na Guiné-Bissau. Na Assembleia Paritária África, Caraibas, Pacífico (ACP) e União Europeia, que tem lugar na próxima semana, na Dinamarca, será apresentada uma resolução comum às várias famílias políticas do Parlamento Europeu que condene o golpe militar e apele ao restabelecimento da ordem democrática.
Autores: Maria João Pinto / António Cascais
Edição: António Rocha