Evaristo Carvalho quer “tirar são-tomenses de casa para votar”
2 de agosto de 2011Evaristo Carvalho pretende convencer os abstencionistas a irem às urnas no próximo domingo, 7/8, quando ele disputa com Manuel Pinto da Costa a cadeira presidencial do Palácio Cor de Rosa, sede do governo do arquipélago ocidental africano São Tomé e Príncipe.
Não tem sido fácil obter informações sobre o percurso do candidato apoiado pela Acção Democrática Independente (ADI), presidida pelo Primeiro ministro Patrice Trovoada. No contato com a população, Evaristo Carvalho, que também é presidente da Assembleia Nacional, segunda figura do Estado, tem apresentado aos eleitores as razões da sua candidatura: “Primeiro, já estou perto de lá. Segundo, eu sou do ADI, conheço o programa e o projeto do ADI. O programa que ganhou as eleições em agosto de 2010 é o meu programa, é o meu projeto também”, explica.
‘Pau mandado’ de Patrice Trovoada?
Evaristo Carvalho também destaca a cooperação com o Primeiro ministro são-tomense. “Trabalho com ele há praticamente cinco anos. Nos conhecemos muito bem.”
Nos encontros têm surgido pedidos de esclarecimento. Por exemplo, Evaristo Carvalho é visto por uma parte do eleitorado como “pau mandado”, ou fantoche, de Trovoada, chefe de governo desde agosto de 2010. “Naturalmente, estão a dizer ‘pau mandado’ porque eu trabalho com o dr. [sic] Patrice. Em princípio, isso é medo do dr. [sic] Patrice. Mas como ele não pode vir para a candidatura à Presidência, eu tive que assumir o papel. Sou o segundo nome do ADI”, reitera.
Evaristo Carvalho destaca igualmente que as críticas são “conversa do adversário na campanha. Eu sou um candidato que… os outros candidatos não têm nada para me apontar. Eu nunca bebi, nunca roubei dinheiro do Estado, sempre trabalhei e tenho cara limpa. Enquanto alguns candidatos que apareceram… cuidado!”, alerta.
“O presidente é um árbitro”
O candidato diz ainda que está “mais em condições” para desempenhar o “papel” de presidente na atualidade. “O presidente é um árbitro, é um conciliador. Ele tem o poder para controlar e para ver que o governo não faça coisas fora da lei, e o presidente está atento a acompanhar o trabalho do governo”, diz.
Evaristo Carvalho considera que o problema da sua candidatura não está na mensagem: “É preciso conhecer, ver pessoas diretamente, e com algum apoio – infelizmente, nossa população está assim habituada –, com algum apoio para fazê-los sair de casa e ir votar”.
Autor: Juvenal Rodrigues (São Tomé)
Edição: Renate Krieger / António Rocha