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Ex-Presidente deposto volta ao Mali após cinco anos exilado

AFP | EFE | tms
24 de dezembro de 2017

Amadou Toumani Touré chegou a Bamako com a sua família e, em seguida, foi recebido pelo Presidente Ibrahim Boubacar Keita. Retorno pode ajudar na reconciliação geral do país ameaçado pelo terrorismo.

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Amadou Toumani Touré viajou do Senegal para o Mali no avião presidencialFoto: Getty Images/AFP/M. Catani

O ex-Presidente do Mali, Amadou Toumani Touré, retornou ao país, este domingo (24.12), pela primeira vez desde que foi deposto do cargo em 2012 por um golpe de Estado.

Touré, que vivia no Senegal, chegou a capital do Mali, Bamako, a bordo do avião presidencial, e foi recebido pelo primeiro-ministro e ministro da Segurança, juntamente com centenas de apoiantes.

Em seguida, o ex-chefe de Estado seguiu com a sua família para a residência pessoal do Presidente Ibrahim Boubacar Keita.

Keita disse na passada sexta-feira (22.12) que chegou o momento "de dizer ao irmão Amadou Toumani Touré que volte ao Mali", enquanto Touré disse à AFP da capital do Senegal, Dakar, que ele não estava "lá para fazer política".

Mali Präsident Amadou Toumani Toure kehrt zurück
Primeiro-ministro maliano (à direita na foto), Abdoulaye Maiga, recebeu o ex-Presidente no aeroporto em BamakoFoto: Getty Images/AFP/M. Catani

Golpe de Estado

Amadou Toumani Touré assumiu a Presidência do Mali em 1992 e foi deposto a 22 de março de 2012 depois do golpe de Estado liderado pelo general Amadou Sanogo, com quem pactuou um exílio voluntário no Sengal.

O golpe de Estado gerou uma crise política que foi aproveitada pelos separatistas tuareg do Movimento Nacional de Liberdade do Azawad (MNLA), que junto a grupos jihadistas com afinidades ideológicas com a Al Qaeda tomaram o controle do norte do país.

A coligação militar internacional impulsionada pela França em 2013 expulsou os jihadistas e possibilitou a realização das eleições vencidas por Keita, mas não abordou o retorno de Touré por motivos de segurança, dado que vários dos protagonistas do golpe de 2012 continuam em liberdade e possuem certa influência.

Em 2015, o Governo maliano e os rebeldes assinaram um acordo de paz, entretanto isso não cessou a violência no país. O principal motivo é a ingerência do Estado nos territórios do norte e os ataques jihadistas frequentes.

Fontes consultadas pela agência de notícia EFE apontaram que o retorno de Touré pode ajudar na reconciliação geral do país e demonstraria que os seguidores de Sanogo - atualmente preso - já não têm tanto poder como antes.