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PolíticaCosta do Marfim

Ex-Presidente Gbagbo vai regressar à Costa do Marfim

Lusa
4 de dezembro de 2020

A permissão para o regresso concedida pelas autoridades marfinenses é vista como um "ato de apaziguamento" por Laurent Gbagbo.

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Niederlande Den Haag Internationaler Strafgerichtshof | Laurent Gbagbo, ehemaliger Präsident Elfenbeinküste
Foto: Reuters/J. Lampen

O ex-presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, em liberdade condicional em Bruxelas, recuperou o passaporte e planeia regressar à Costa do Marfim este mês. O anúncio foi feito esta sexta-feira (04/12) pelo advogado do ex-Chefe de Estado, Habiba Touré. A informação foi confirmada pelas autoridades da Costa do Marfim.

Laurent Gbagbo está em liberdade em Bruxelas após a absolvição em primeira instância pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) de crimes de guerra e contra a humanidade. As acusações remontam à crise pós-eleitoral 2010-2011, motivada pela sua recusa em aceitar a derrota face ao atual Presidente, Alassane Ouattara, de que resultaram 3.000 mortes. Neste momento está a ser ponderado recurso da sua absolvição pelos procuradores do tribunal.

Sinal de apaziguamento

Gbagbo, 75 anos, saudou a emissão do passaporte como "um ato no sentido do apaziguamento" e apelou às autoridades da Costa do Marfim "para darem mais um passo no sentido da normalização do clima sociopolítico", ainda tenso um mês após as eleições presidenciais que reelegeram Alassane Ouattara para um controverso terceiro mandato.

O processo de atribuição do passaporte ao antigo presidente arrastava-se há meses. Os apoiantes de Gbagbo acusarem as autoridades marfinenses de se recusarem a emitir o documento para que não pudesse regressar ao país para as eleições presidenciais de 31 de outubro. A candidatura presidencial de Laurent Gbagbo chegou a ser apresentada na Costa do Marfim pelos seus apoiantes, mas foi invalidada pelo Conselho Constitucional.

A votação ficou marcada por um boicote da oposição e por violência em várias cidades do país, da qual terão resultado pelo menos 85 mortos e quase 500 feridos.