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Falta de Governo em Bissau aumenta pobreza e corrupção

Lusa | ar
8 de dezembro de 2016

A falta de governo na Guiné-Bissau tem contribuído para o aumento da pobreza e da corrupção no aparelho do Estado, alerta presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Augusto da Silva.

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Guinea-Bissau Straßenmarkt Frauen
Mercado em BissauFoto: DW/B. Darame

O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), Augusto da Silva afirmou esta quinta-feira (08.12.) em Bissau, que a crise política que assola o país tem levado a que a Guiné-Bissau deixe de contar com políticas públicas devido a "ausência de um Governo legítimo" para as elaborar.

Para Augusto da Silva, "a culpa é do Presidente da República" que, disse, não consegue convencer os partidos políticos a aderirem ao executivo de Sissoco Embaló.

O Presidente guineense, José Mário Vaz, nomeou o general na reserva Umaro Sissoco Embaló como primeiro-ministro a 18 de novembro, mas este ainda não formou um Governo.

O presidente da LGDH diz que "há mais de um ano que não tem havido políticas públicas", uma vez que desde agosto de 2015 o país deixou de contar com um Governo com legitimidade para apresentar ao Parlamento um orçamento e o plano de ação.

Aquele responsável disse ainda que o facto tem levado à deterioração do respeito pelos direitos humanos, a um aumento de pobreza e tem feito com que a corrupção acelere na administração pública por falta de controlo.

CEDEAO deve anunciar PM de consenso n dia 17 de dezembro
A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) deverá anunciar o nome de figura de consenso escolhida para primeiro-ministro da Guiné-Bissau, no dia 17.12., segundo anunciou  na última segunda-feira (05.12.) o líder do Parlamento guineense, Cipriano Cassamá, no seu regresso da Guiné-Conacri onde se avistou no passado fim de semana  com o Presidente daquele país, Alpha Condé, mediador da crise política na Guiné-Bissau, mandatado pela CEDEAO.

Na ocasião, Cipriano Cassamá disse aos jornalistas, ter recebido a garantia de que, no dia 17, o nome da figura escolhida será anunciada na cimeira de chefes de Estado da organização sub-regional a ter lugar na Nigéria.

Guinea-Bissau Umaro Sissoco und José Mário Vaz
Umaro Sissoco Embaló (esq.) e José Mário Vaz ( primeiro-ministro e Presidente da Guiné-Bissau, respetivamente)Foto: DW/B. Darame

O presidente do Parlamento disse ter ficado esclarecido sobre o Acordo de Conacri e em relação ao nome da figura de consenso escolhida para ser primeiro-ministro guineense.

Nome escolhido gera controvérsia na Guiné-Bissau

 O nome da figura que teria sido escolhida para liderar o governo guineense tem gerado controvérsia no país, tendo o chefe de Estado decidido nomear o general na reserva Umaro Sissoco Embaló, de 44 anos, líder do executivo.

Três dos cinco partidos representados no parlamento guineense (PAIGC, PCD e UM) rejeitaram o nome de Umaro Sissoco Embaló, que dizem não ter sido o escolhido à luz do Acordo de Conacri, e recusam-se a integrar o seu executivo.

Guinea-Bissau Umaro Sissoco
Umaro Sissoco Embaló, na cerimónia de posse como primeiro-ministro da Guiné-Bissau (18.11.2016)Foto: DW/B. Darame

Guiné-Bissau está de "boa saúde financeira"

O diretor nacional do Banco Central de Estados da Africa Ocidental (BCEAO) para a Guiné-Bissau, João Fadiá, defendeu esta quinta-feira que a saúde financeira do país "é boa" com as reservas cambiais a permitirem pagar as exportações durante 14 meses.

O responsável do BCEAO deu estas indicações numa conferência de imprensa após a reunião de balanço trimestral do desempenho dos bancos comerciais que operam na Guiné-Bissau cujas ações são supervisionadas pela instituição que dirige.

João Fadiá adiantou que o "desempenho foi bom também ao nível da inflação" que acabou por ser situar na ordem de 2,6% quando a meta inicialmente prevista era de 3%.

"Financeiramente a situação do país está boa, em termos das finanças públicas é outra coisa", disse o diretor nacional do BCEAO, remetendo para o Governo guineense uma resposta conclusiva.

O diretor do banco central guineense explicou que para a boa saúde financeira contribuiu a campanha de comercialização da castanha do caju, principal produto de exportação do país.

Guiné-Bissau exportou cerca de 200 mil tonadas do caju em 2016.
João Fadiá indicou que perante os dados de que o BCEAO dispõe, o país conseguiu atingir todas as metas em termos da política monetária o que deixa antever boas perspetivas para 2017.

Uma boa campanha agrícola associada à retoma da assistência do Fundo Monetário Internacional (FMI) irão ajudar a Guiné-Bissau a conhecer melhor desempenho, precisou ainda João Fadiá.

Cashew-Kooperative in Guinea-Bissau
Foto: Gilberto Fontes
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