FNLA ainda está viva e discute o futuro de Angola
14 de julho de 2014O presidente da FNLA, Lucas Benghy Ngonda, afirmou que os membros do partido devem esquecer "todos os rancores do passado". O objetivo é "partecipar na construção do futuro" e trabalhar para uma unidade do partido", que segundo os observadores tem vindo a perder terreno, nos últimos anos, na cena política angolana.
Ngonda presente, Kabango ausente
O líder partidário, Lucas Ngonda, falava no Fórum de Reflexão para a coesão e unidade interna daquela organização partidária, realizado no sábado e no domingo na capital angolana. O encontro foi marcado pela ausência Ngola Kabango, cuja presença, aliás, não era de esperar depois do grave conflito interno no seio da FNLA que, há mais de quatro anos, opôs a ala de Ngonda à ala de Kabango e que perdura até hoje.
Rancores têm que ser esquecidos
“ Devemos remeter todos nossos rancores ao passado para podermos construir com dignidade o nosso futuro e para que o povo de Angola reponha a sua confiança em todos os nossos esforços para o seu bem estar”, foram estas as palavras que Lucas Ngondo, o atual presidente do partido, fundado pelo Holden Roberto, proferiu no fórum que visou unir os membros da FNLA e acabar com o conflito interno que dura há cerca de quatro anos.
O Fórum de reflexão para a coesão interna do partido destinava-se a abordara a situação interna da FNLA. Foram ainda debatidas possíveis soluções para conflito interno, tendo-se agendado um "congresso ordinário inclusivo" para finais de janeiro de 2015.
Congresso ordinário inclusivo convocado para janeiro de 2015
Lucas Ngonda mostrou-se otimista, de que a reunião do próximo ano poderá, de facto, trazer a "unidade tão necessária para o futuro da FNLA".
“Só com a união de todos nós poderemos reconstruir uma FNLA sólida e capaz de ganhar todos os desafios. Este nosso encontro deverá ser colocado sob o signo do compromisso de todos caminharmos juntos para salvaguardar os interesses superiores da FNLA".
Ngonda: candidatura à lidrança não é prioridade
Questionado se seria novamente candidato à liderança do partido, Lucas Ngonda respondeu que “a preocupação agora não é a candidatura": "A nossa preocupação é restaurar o nosso partido. Só depois os militantes saberão quem pode responder aos seus anseios”, afirmou Ngonda.
O encontro que reuniu mais de 300 delegados vindos de toda parte do país, foi também marcado por uma homenagem ao líder histórico da FNLA, Álvaro Holden Roberto. Carlito Roberto, filho do fundador do "partido dos irmãos", entende que é importante homenagear os fundadores. Por outro lado seria também necessário "ultrapassar as pessoas e olhar para o futuro": "Temos que fazer entrar no nosso partido um novo pensamento, temos que olhar mais para os interesses gerais do partido e menos para as pessoas”.
Como voltar aos bons resultados eleitorais?
Laiz Eduardo, coordenador da Comissão Preparatória do Fórum de Reflexão sobre o Futuro do Partido, por sua vez, defendeu que "quem ama a FNLA, tem que demonstrar através de atos concretos que está realmente interessado em contribuir para uma solução para um conflito que tem vindo a causar danos incalculáveis aos membros do partido".
Nas eleições de 2012 a FNLA foi apenas o quinto maior partido e obteve apenas pouco mais de 1 por cento dos votos.