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Foto de deputado angolano em hospital público torna-se viral

14 de setembro de 2018

Causou sensação a imagem de Makuta Nkondo a receber tratamento num hospital público em Angola. O político diz que a sua atitude ajuda a melhorar o sistema de saúde. Cidadãos criticam políticos que se tratam fora do país.

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Makuta Nkondo: "Estes hospitais públicos são os nossos hospitais"Foto: DW/M. Luamba

O deputado Makuta Nkondo foi fotografado deitado numa cama no Hospital Municipal do Cacuaco - com os chinelos no chão e um balão de soro. "A foto que aparece com uma pessoa na cama num hospital público da periferia de Luanda é minha. Foi tirada sem o meu conhecimento quando me encontrava no Hospital Municipal de Cacuaco", confirma o político.

O deputado da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), que escolheu um hospital público para tratar um problema de tensão arterial, diz que não vê "nada de extraordinário" na sua atitude. "Porque estes hospitais públicos são os nossos hospitais, são de angolanos e eu não me considero superior a qualquer angolano que seja. Sou filho de indígenas pobres, por isso não vejo nada de extraordinário nisso", declarou.

Foto de deputado angolano em hospital público torna-se viral

A DW África saiu às ruas de Luanda para perguntar aos cidadãos se outros titulares de cargos públicos também deveriam fazer tratamentos médicos nos hospitais angolanos. "Porque não?", responde Domingos Francisco Gabriel, residente na capital angolana. "Mas está a acontecer o contrário, razão pela qual não há condições. Se se tratassem nestes hospitais o tratamento também seria diferente", diz.

Valorizar hospitais públicos

Outro cidadão de Luanda defende que é preciso valorizar os hospitais públicos angolanos. "Porque não fazem também aqui se é aqui que estamos a investir?", pergunta Hélder de Jesus. "Isso é só para ver que desvalorizamos o que é nosso. Eles têm dinheiro, por isso é que têm a possibilidade de irem para outros países", lembra.

Nos hospitais públicos angolanos são frequentes os relatos de falta de medicamentos, escassez de técnicos de saúde e cobranças de dinheiro para ser atendido. "Há várias pessoas que morrem nos hospitais porque não têm dinheiro. Há vezes em que o médico ou o enfermeiro têm de mandar aguardar porque a pessoa não pagou. Só é atendida com facilidade aquela pessoa que paga", conta outro residente na capital angolana.

Na opinião deste morador de Luanda, esse quadro seria invertido se os deputados e governantes se tratarem nos hospitais públicos em Angola. Também contribuiria para melhorar o sistema de saúde.

"Eu até aconselho que tanto o Presidente da República como os governantes, deputados e qualquer dirigente civil, militar ou político, se tratem nos hospitais públicos e não nas clínicas. Só assim vamos poder melhorar a saúde em Angola", conclui.

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