França anuncia morte de chefe militar terrorista no Mali
13 de novembro de 2020A ministra da Defesa de França anunciou esta sexta-feira (13.11) que Bah ag Moussa, chefe militar do Grupo de Apoio ao Islão e aos Muçulmanos (JNIM), filiado na Al Qaeda no Mali, foi morto pelo exército francês na região maliana de Ménaka.
A intervenção ocorreu a 10 de novembro graças a "importantes meios de inteligência e um dispositivo de intervenção composto de helicópteros e tropas terrestres", disse Florence Parly, em comunicado.
"Felicito os militares franceses envolvidos nesta operação e todos aqueles que contribuíram em matéria de inteligência. É um grande sucesso na luta contra o terrorismo que a França desenvolve ao lado dos seus parceiros no Sahel", acrescentou Parly.
"A neutralização de um alto funcionário da Al Qaeda reforça a nossa determinação coletiva e o sentido de nosso compromisso", acrescentou a ministra.
Quem é Moussa?
Bah ah Moussa, ex-militar das forças do Mali que desertou em 2012, é um dos líderes históricos do jihadismo no Sahel. É considerado responsável por vários ataques contra forças malianas e internacionais e um dos principais líderes militares jihadistas no Mali, onde se ocupou da formação de novos recrutas.
De acordo com o Projeto Contra Extremismo (CEP), em 2017, Moussa tornou-se o chefe operacional do grupo terrorista JNIM, liderado por Iyad Ag Ghaly.
À DW, Ousmane Kornio, especialista em assuntos de segurança no Mali, diz que a morte de Bah ag Moussa, é certamente um duro golpe para o movimento. Mas não acredita que o grupo cesse as suas ativistas terroristas.
"O terrorismo nesta área é uma cobra com muitas cabeças. Se uma cabeça é cortada, cresce outra no seu lugar. Para as pessoas comuns no Mali, isto é um não-evento, porque o grupo terrorista continuará ativo, talvez se torne até mais forte. Enquanto Iyad Ag Ghaly estiver vivo, não acredito que as coisas mudem", comenta o especialista.
O anúncio da morte de Bah ah Moussa foi feito simbolicamente no dia do quinto aniversário do ataque terrorista à sala de concertos Bataclan e a outros espaços no centro da cidade Paris, onde 130 pessoas morreram e mais de 450 ficaram feridas.
Em junho, o Exército francês anunciou a morte do líder da Al Qaeda no Magrebe, o argelino Abdelmalek Droukdal, noutra operação militar.