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Funcionários públicos iniciam greve em Angola

Daniel Vasconcelos (Benguela)
5 de maio de 2021

Sindicalistas falam em adesão à greve nas províncias do Bié, Namibe, Lunda Norte, Luanda Sul, Huambo e Benguela. Trabalhadores exigem atualização das categorias da função pública e aumento de salários.

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Angola Bahnhof in Huambo
Funcionários públicos aderiram à greve em BenguelaFoto: Getty Images/AFP/E. Maussion

A Comissão Intersindical dos Sindicatos da Administração Pública, Saúde e Serviços convocaram greve de três dias em várias províncias de Angola. Os trabalhadores reivindicam o fim de décadas de atraso na atualização das categorias, além de aumentos salariais.

Centenas de funcionários públicos juntaram-se esta terça-feira (04.05) na província de Benguela para exigir ao Governo melhorias na situação laboral. Os serviços gerais administrativos foram paralisados.

"A uniformização de salário, atenderam rapidamente a saúde e a educação. [Mas] na administração pública alguns [proventos] estão há 20 ou 30 anos sem atualização de categorias", explica o representante sindical dos funcionários do regime geral da função pública em Benguela, Custódio Kupessela.

"Resposta ao Governo"

Kupessela acrescenta que a paralisação é uma resposta dos trabalhadores à impossibilidade de diálogo com o Governo "Dia 27 estivemos em Luanda. A ministra da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social [Teresa Rodrigues Dias] não se fez presente na qualidade de empregador do Estado. Por isso, hoje a greve saiu, ao nível da província de Benguela estão parados."

Angola Journalist Delpy Chipango
Foto: Daniel Vasconcelos/DW

De acordo com o jornalista Delpy Chipango, a greve já era esperada, uma vez que há funcionários públicos que recebem muito mal. O analista diz que o Governo tem de dar uma resposta imediata para a resolução desses problemas.

"Chegou o momento em que o governo deve perceber que trabalha com pessoas, e é triste ver senhoras que trabalham há mais de 30 anos na administração pública auferindo 30 mil kwanzas [cerca de 38 euros], isso quase que não resolve os problemas sociais", opina Chipango.

Os grevistas lembram que enviaram uma carta ao Ministério do Emprego e Segurança Social há mais de três anos sobre a pauta da greve. Segundo fonte sindical, houve greve da função pública nas províncias do Bié, Namibe, Lunda Norte e Luanda Sul, Huambo e Benguela.

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