Futebol europeu: Mercado rico até ao fim
31 de janeiro de 2019Os objetivos a atingir, as correções táticas ditadas pelas opções dos técnicos, inadaptações ou rendimento abaixo do aguardado, negócios de ocasião, todos os motivos justificam uma corrida desenfreada ao mercado futebolístico até ao último minuto do dia 31 de janeiro.
A "traição" de Morata
Formado na "cantera" do Real Madrid, Álvaro Morata nunca se conseguiu impor na formação "blanca", ao ponto de, apenas com 22 anos, ter sido contratado pela Juventus, em 2014, por 20 milhões de euros. Dois anos volvidos, o avançado nascido na capital espanhola regressaria ao Real, por 30 milhões. Cíclica, a história repetia-se e surgia a possibilidade de rumar ao futebol inglês, onde o Chelsea o aguardava com um chorudo contrato. Esteve um ano e meio em Londres e é talvez a figura de proa do mercado de inverno de 2019, ao voltar a Madrid. Só que, desta feita, para vestir a camisola do Atlético, arqui-rival do "seu" Real.
Aos 26 anos, o "internacional" espanhol tem uma oportunidade de ouro para relançar a sua carreira, representando os "colchoneros”, por empréstimo do Chelsea, durante um ano e meio. Campeão europeu de "sub 21" e de "sub 19" com a seleção espanhola, ganhou já duas Ligas dos Campeões, uma Supertaça Europeia e um Mundial de clubes. Um "palmarés" rico, que deixa com inveja o Real Madrid. A equipa de Santiago Bernabéu vai agira ver um dos seus "meninos bonitos” do outro lado da barricada.
Pulisic, jovem mas caro
Pulisic foi a vedeta do mercado de janeiro no futebol alemão: 64 milhões de euros, o preço pago pelo Chelsea para adquirir o passe do vice-campeão do mundo pela Croácia, que assim vai deixar em junho a Bundesliga e o Borussia Dortmund para rumar a Stamford Bridge. Para o jogador de 20 anos nascido em Hershey, nos Estados Unidos, trata-se de um desafio fantástico. Porém, o acordo estabelecido entre os dois clubes compreende a sua continuidade em Dortmund até ao final da presente temporada.
Ainda na Alemanha, talvez surpreenda a saída de Sandro Wagner, ponta-de-lança "de recurso" do Bayern de Munique. O jogador, de 31 anos e com sete presenças na Bundesliga, esta época, segue para a liga chinesa, onde vai representar o Tianjin Teda, num movimento de 5 milhões de euros.
Ao contrário, o croata Ivo Ilicevic, nascido na Alemanha, regressa à Bundesliga, depois de passagens pelos russos do Anzhi e pelos cazaques do Kairat Almaty. Ilicevic chega ao Nuremberga a custo zero, num movimento que visa reforçar o último classificado da liga alemã, com apenas 11 pontos somados em 19 jornadas disputadas.
Higuaín estreia-se na Premier League
Também muito ativo, o mercado inglês proporcionou um bom encaixe ao Liverpool, com a venda de Dominic Solanke ao Bournemouth, também da Premier League. Por mais de 21 milhões de euros, o promissor avançado de 21 anos ruma aos "cherries" e segue no primeiro lugar da lista de transferências de janeiro em Inglaterra.
17 milhões de euros foi o preço pago pelo Real Madrid para contratar a promessa hispano-marroquina Brahim Díaz ao Manchester City. O jogador, formado nos "citizens", mas nascido em Málaga (filho de pais marroquinos), segue para Valdebebas e pode ser já utilizado nas opções de Solari para a primeira equipa "merengue".
Nome forte do mercado de inverno, Gonzalo Higuaín vai, pela primeira vez na sua já longa carreira, representar um clube inglês. O argentino (nascido na cidade francesa de Brest), junta-se ao Chelsea para colmatar a saída de Morata para Espanha. Vindo da Juventus, embora tenha estado emprestado ao AC Milan na primeira parte da época, o "internacional" alviceleste, de 31 anos, acrescenta assim mais um campeonato e um emblema à sua musculada lista de presenças em grandes competições.
PSG na frente da liga e dos negócios
O Paris Saint-Germain, fazendo jus ao seu poderio financeiro, contratou o argentino Leandro Paredes ao Zenit de São Petersburgo por 47 milhões de euros. O jogador formado no Boca Juniors, de 24 anos, chega à capital francesa depois de passagens pela liga italiana, onde representou o Chievo, a Roma e o Empoli, e de um ano e meio na liga russa, com a camisola do Zenit. O milionário árabe Al Khelaifi volta, assim, a abrir os cordões à bolsa para garantir a Thomas Tuchel uma equipa competitiva, sobretudo fora de portas.
Também o Mónaco se reforçou no mercado de inverno, ao recrutar, por 11 milhões de euros, o francês Fodé Ballo-Touré ao Lille. A equipa monegasca protagonizou, de resto, um dos momentos mais inusitados do mercado, ao chamar de novo o português Leonardo Jardim para o cargo de treinador. A aposta intermédia em Thierry Henry não resultou, e o técnico que, há dois anos, deu o título de campeão francês ao conjunto do principado retorna, assim, ao lugar onde iniciou a temporada, para tentar resgatar a equipa da parte baixa da tabela classificativa da Ligue 1.