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Futuro do ANC em jogo nas eleições locais da África do Sul

Martina Schwikowski / Guilherme Correia da Silva3 de agosto de 2016

Urnas abertas na África do Sul. Municipais desta quarta-feira (03.08) podem ser determinantes para partido do Presidente Zuma, que poderá ter perdas significativas em cidades onde governa há mais de duas décadas.

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Eleitora a votar na manhã desta quarta-feira (03.08), em PretóriaFoto: picture-alliance/AP Photo

São eleições locais com repercussões nacionais. Analistas dizem que é a própria reputação do Presidente Jacob Zuma que está em jogo, num país que tem sido palco de vários escândalos e onde a taxa de desemprego continua a ser muito alta.

Esta quarta-feira (03.08), o partido no poder, o Congresso Nacional Africano (ANC), arrisca-se a perder a maioria em cidades como Joanesburgo e Pretória, segundo sondagens pré-eleitorais.

"Estas são eleições cruciais para o ANC. O partido tem sido abalado por uma série de escândalos, muitos associados à liderança de Jacob Zuma. Zuma é uma figura controversa na política sul-africana, e mesmo no próprio partido enfrenta alguma oposição," avalia o analista político Daniel Silke.

No início do ano, Zuma foi condenado a devolver parte dos fundos públicos gastos na renovação da sua casa privada, em Nkandla, na província de KwaZulu-Natal.

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ANC tem sido abalado por uma série de escândalos, muitos associados ao Presidente ZumaFoto: picture-alliance/dpa/Nic Bothma

A renovação incluiu a construção de uma piscina e um anfiteatro, que a Presidência justificou serem necessários para a segurança do chefe de Estado. Em Dezembro, Zuma demitiu dois ministros das Finanças no espaço de uma semana, e foi acusado de "estar a jogar à roleta russa" com a economia.

O país cresce menos do que antes e a taxa de desemprego aumentou para 27%. A oposição acusa o ANC de estagnar o país.

"O ANC está bastante vulnerável. Estas são as eleições mais competitivas de sempre," considera Silke.

A corrida pelo poder

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Julius Malema, líder do partido oposicionista Combatentes da Liberdade EconómicaFoto: picture-alliance/dpa/C. Tukiri

São sobretudo dois partidos que ameaçam o ANC: o principal partido da oposição, a Aliança Democrática, e os Combatentes da Liberdade Económica, liderados por Julius Malema, que foram fundados há três anos e já são o terceiro maior partido no Parlamento.

Mas o politólogo Aubrey Matshiqui lembra que, até agora, as análises baseiam-se apenas em sondagens – e que é preciso esperar até que todos os votos sejam contados.

"Se o ANC tiver 60% nos resultados finais, isso poderá indicar uma queda para baixo dos 60% nas eleições gerais de 2019. Isso mostra quantas eleições são precisas para que o ANC saia do poder," analisa Matshiqui.

O politólogo não acha que estas eleições tragam grandes mudanças para as políticas do partido de Jacob Zuma.

"Não acredito que o escrutínio traga um realinhamento político ou uma mudança dramática no apoio ao ANC," conclui.

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