G5 Sahel lança segunda operação militar anti-jihadista
16 de janeiro de 2018"A cada dia que passa, a força conjunta está a tornar-se mais operacional, mais sólida e mais estruturada", declarou a ministra da Defesa francesa, Florence Parly, no final de uma reunião com os homólogos do G5 e outros países que apoiam a implementação da força militar. Também estiveram presentes representantes da União Africana (UA), da União Europeia (UE) e da Organização das Nações Unidas (ONU).
Não foram divulgados detalhes sobre a nova operação por "razões de segurança". O G5 Sahel quer criar uma força de 5.000 soldados até meados de 2018, para restabelecer o controlo nas regiões fronteiriças no Sahel, sul do Sahara, dominadas por grupos terroristas.
A força vai trabalhar ao lado das 4.000 tropas francesas que se deslocaram para o Mali em 2013 e da MINUSMA, a operação de paz da ONU no Mali, que conta com 12 mil capacetes azuis.
Na reunião desta segunda-feira (15.01), os países africanos também concordaram em elaborar um "roteiro comum" para acelerar a implementação da força e "fortalecer a equipa", disse a ministra francesa. "A França continuará a ser uma parceira incansável da força conjunta do G5 Sahel", prometeu também Florence Parly.
Implementação lenta
A implementação da força militar tem sido lenta. "O Sahel é uma região enorme e muito desafiadora. É um local onde é muito difícil operar", explica o analista Paul Melly, do instituto britânico Chatham House. Felizmente, acrescenta, "tem-se evitado enviar muitas tropas para um local com condições difíceis e sem a devida preparação."
Os países do G5 Sahel têm sido alvo de ataques jihadistas que começaram na Nigéria e custaram milhares de vidas e também milhares de deslocados, prejudicando as economias locais e aumentando a insegurança alimentar.
Os cinco países participantes, todos antigas colónias francesas, estão entre os mais pobres do mundo e os seus militares estão mal equipados. "Por isso, o desafio de promover o desenvolvimento é especialmente difícil", lembra Melly.
Além disso, a maioria dos países da região também não tem costa. "O desenvolvimento é difícil se há insegurança e obviamente a economia sofre. Este é um desafio enorme e será assim a longo prazo", prevê o investigador da Chatham House.
A França lidera os esforços para conseguir financiamento para a força G5 Sahel. Até agora, os custos foram estimados em 294 milhões de euros. A Arábia Saudita garantiu uma contribuição de 100 milhões de euros. Uma nova ronda de negociações de financiamento tem lugar em Bruxelas, a 23 de fevereiro.