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Gabão anuncia novo Governo interino

AFP | Reuters | mjp
5 de maio de 2018

Em quatro dias, o Parlamento foi dissolvido, o Governo demitiu-se e um novo Executivo – com o mesmo primeiro-ministro – foi anunciado. Em causa estão problemas na organização das legislativas, várias vezes adiadas.

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Presidente do Gabão, Ali BongoFoto: Getty Images/AFP/S. Jordan

O Gabão tem um novo Governo interino desde esta sexta-feira (04.05), três dias depois da demissão do anterior Executivo devido a atrasos na organização das eleições legislativas. O novo Governo, que continua a ser chefiado por Emmanuel Issoze-Ngondet, permanecerá em funções até à realização do escrutínio, que tem vindo a ser adiado desde dezembro de 2016. Ainda não há uma data para as eleições.

Na segunda-feira (30.04), o Tribunal Constitucional do Gabão dissolveu o Parlamento e pediu ao Governo que se demitisse, criticando a sua incapacidade de organizar as legislativas.

Segundo o tribunal, o Executivo deveria ter definido a realização das eleições – adiadas duas vezes – até ao final de abril. No dia seguinte, o Governo demitiu-se.

Novo Executivo sem grandes mudanças

Gabun Libreville Senat Senatspräsidentin Rose Francine Rogombe
Foto de arquivo: Parlamento do Gabão em 2009Foto: Wils Yanick Maniengui/AFP/Getty Images

Issoze-Ngodet foi empossado novamente na quinta-feira pelo Presidente Ali Bongo e o seu novo Executivo, com 40 ministros e vice-ministros, e sem mudanças significativas, inclui sete figuras da oposição. Sem Parlamento, o Governo responde apenas ao Presidente Ali Bongo e a oposição fala em usurpação de poder. Os observadores consideram que as eleições não deverão ter lugar antes de julho.

Ali Bongo foi reeleito em 2016, vencendo por uma pequena margem, o que levou a oposição a denunciar fraude eleitoral. Seguiram-se vários dias de protestos violentos. O chefe de Estado subiu ao poder depois da morte do seu pai, Omar Bongo, em 2009, que ocupou a cadeira da Presidência durante 41 anos.

O país tem grandes reservas de petróleo e recursos minerais e florestais e o PIB é quatro vezes maior do que na maioria das nações da África subsaariana. No entanto, cerca de um terço dos 1,8 milhões de gaboneses ainda vive abaixo da linha da pobreza – o resultado, segundo os especialistas, de desigualdades, má governação e corrupção.