Gabão: Chefe militar promete democracia após o golpe
2 de setembro de 2023Três dias depois de ter tomado o poder através de um golpe de Estado no Gabão, o governante militar do país da África Central prometeu este sábado "introduzir mais democracia".
A suspensão de todas as instituições do Estado é uma medida temporária, disse o general Brice Oligui Nguema na televisão estatal.
"A ideia é reorganizá-las para as tornar mais democráticas", disse Nguema, sem especificar quaisquer medidas concretas para o fazer ou um calendário para novas eleições.
Fronteiras
Neste sábado, o porta-voz dos militares, Ulrich Manfoumbi, anunciou a reabertura das fronteiras do Gabão, com efeito imediato.
O objetivo desta medida era enviar um sinal de que os novos governantes tinham a "firme vontade" de "respeitar os compromissos internacionais", declarou Manfoumbi.
Inicialmente, os militares fecharam todas as fronteiras terrestres, marítimas e aéreas após o derrube do Presidente Ali Bongo, a 30 de agosto. Nguema, o chefe da guarda presidencial, foi então nomeado como novo governante.
Eleições
Quatro dias antes, Bongo tinha sido eleito para um terceiro mandato, de acordo com os resultados oficiais que os golpistas anularam posteriormente, considerando-os falsificados.
A família Bongo, que governa autocraticamente há mais de 50 anos, é desde há muito acusada de corrupção. A população do Gabão, de cerca de 2,3 milhões de pessoas, vive maioritariamente na pobreza, apesar da riqueza petrolífera do país.
A União Africana (UA) suspendeu o Gabão do seu estatuto de membro devido ao golpe de Estado e condenou a tomada do poder pelos militares.
Anteriormente, a UA também suspendeu a adesão do Níger depois de os militares terem tomado o poder no final de julho. O Burkina Faso, o Mali, a Guiné e o Sudão também foram suspensos na sequência de golpes de Estado nesses países.