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General iraniano morto em ataque norte-americano em Bagdade

Lusa | ms
3 de janeiro de 2020

O comandante da força de elite iraniana Al-Quds, o general Qassem Soleimani, morreu esta sexta-feira num ataque aéreo contra o aeroporto internacional de Bagdade. Teme-se um aumento das tensões na região.

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Líder supremo do Irão já prometeu vingar a morte do general Qassem Soleimani (na foto)Foto: picture-alliance/AP Photo/Office of the Iranian Supreme Leader

Segundo fontes oficiais da segurança iraquiana, pelo menos oito pessoas foram mortas no ataque, três dias depois de um assalto inédito à embaixada norte-americana, na sequência de um bombardeamento aéreo por parte dos Estados Unidos que matou 25 combatentes da milícia iraquiana.

Além do general Qassem Soleiman, também morreu o "número dois" da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque, Abu Mehdi al-Muhandis, conhecida como Mobilização Popular [Hachd al-Chaabi].

O primeiro-ministro demissionário do Iraque, Adel Abdelmahdi, já condenou o ataque aéreo dos Estados Unidos. Em comunicado, Adel Abdelmahdi disse que a realização de "operações de ajuste de contas contra figuras da liderança iraquiana em solo iraquiano são uma violação flagrante da soberania iraquiana e um ataque à dignidade do país".

Irak Bagdad Airport Luftschlag US-Streitkräfte auf General Qassem Soleimani
Ataque ao aeroporto de BagdadeFoto: AFP/Iraqi Military

O primeiro-ministro demissionário disse também que esta ação representa "uma escalada perigosa que desencadeia uma guerra destrutiva no Iraque, na região e no mundo".

Abdelmahdi denunciou também que o ataque viola as condições e o papel das forças americanas no Iraque, lembrando que a sua tarefa é treinar tropas iraquianas e lutar contra o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) sob a supervisão e com a aprovação do governo iraquiano".

Líder supremo do Irão promete vingança

A Guarda Revolucionária do Irão confirmou a morte do comandante da força de elite iraniana Al-Quds general Qassem Soleimani, num ataque aéreo contra o aeroporto de Bagdad reivindicado por Washington.

Em simultâneo, o Pentágono anunciou que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou a morte do general. "Por ordem do Presidente, as forças armadas dos EUA tomaram medidas defensivas decisivas para proteger o pessoal norte-americano no estrangeiro, matando Qassem Soleimani", de acordo com um comunicado.

No comunicado, o Pentágono disse que Soleimani estava "ativamente a desenvolver planos para atacar diplomatas e membros de serviços norte-americanos no Iraque e em toda a região". O ataque ao general iraniano "tinha como objetivo dissuadir futuros planos de ataque iranianos", acrescentou.

Entretanto, o Presidente norte-americano, Donald Trump, publicou uma imagem da bandeira norte-americana na rede social Twitter, sem qualquer comentário. 

Consequências da morte de Soleimani

A Rússia, França e China alertaram já para as consequências da morte do general. "O assassianto de Soleimani é um passo arriscado que levará ao aumento das tensões na região", declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, citado pelas agências RIA Novosti e TASS.  

A França pediu "estabilidade" no Médio Oriente, após a morte do general, através da secretária de Estado para Assuntos Europeu, Amélie de Montchalin. "Estamos a acordar num mundo mais perigoso. A escalada militar é sempre perigosa", disse Amélie de Montchalin à rádio RTL. 

Por seu lado, a China mostrou hoje "preocupação" e pediu "calma" depois da morte do general Qassem Soleimani. "Pedimos a todas as partes envolvidas, especialmente aos Estados Unidos, que mantenham a calma e contenção para evitar nova escalada da tensão", disse o porta-voz da diplomacia chinesa, Geng Shuang. "A China há muito tempo que se opõe ao uso da força nas relações internacionais", disse Geng Shuang, pedindo "respeito" pela soberania e integridade territorial do Iraque.