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Governo moçambicano quer que jovens busquem emprego na agricultura

Romeu da Silva (Maputo) 24 de junho de 2014

Em Moçambique, organizações ligadas à agricultura e ao Governo incentivam jovens a trabalharem no sector primário para amenizar o desemprego. Mas há críticas ao Governo.

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Plantação de arroz em Mopeia, na província da Zambézia, MoçambiqueFoto: Estácio Valoi

Governo de Moçambique e Organizações Não Governamentais ligadas ao setor da Agricultura estão à procura de estratégias comuns para incentivar os jovens a praticar esta atividade.

A primeira estratégia é o desenvolvimento do agro-acampamento que consiste em atrair jovens de ambos sexos para a atividade agrícola.

Joel Cossa é da organização Majoi Agro Services e explica que o objetivo do programa é "alertar os jovens e fazer com que eles olhem para a agricultura como mais uma oportunidade, uma forma de conseguir reduzir o problema de desemprego que afeta mais de 300 mil jovens."

Numa primeira fase a estratágia irá contemplar as províncias de Nampula, Maputo, Manica e Zambézia - envolvendo 250 pessoas. Os jovens poderão adquirir cerca de 150 hectares de terra.

Organizações também incentivam jovens

O diretor da Aro-Moçambique, Policarpo Tamele, uma organização juvenil, referiu que a aposta nos jovens deve ser acompanhada por novos modelos de intervenção.

De acordo com Tamele "a modernização do setor agrícola exige a verificação e conjugação de grupo de fatores como o rejuvenescimento permanente da mão de obra ativa, um sistema eficaz de promoção profissional, aumento da utilização de novas tecnologiais e o equilíbrio ecológico."

A maior parte dos jovens vive nas zonas rurais. As entidades estão preocupadas com a fuga desta mão de obra para os centros urbanos, o que pode comprometer a gricultura.

Reisproduktion in Chinde, Mosambik
Mulheres na plantação de arroz em Chinde, província da ZambéziaFoto: Estácio Valoi

Policarpo Tamele, diz que, ao contrário dos megaprojetos, os jovens devem ter mais incentivos fiscais além de outros benefícios.

Ele acha que também é preciso "interagir e haver o envolvimento dos jovens na agricultura com destaque na cadeira de valor agrário, com oportunidades de enveredarem por carreiras compensadoras que possam trazer uma mais valia, tirando partido da energia e empreendedorismo do jovem a fim de conseguir cativa-lo para este setor."

Críticas ao Governo

Kleinbauer Mosambik
Nas zonas rurais, a maioria da população vive do que produz nas suas pequenas hortasFoto: DW

As polítcas do Governo tem sido bem apreciadas por várias organizações, mas também são alvo de críticas porque, na prática, não incentivarem à inserção do jovem no sector.

Mas Daniel Clemente, do Ministério da Agricultura, tranquiliza os jovens: "se vocês forem ver a pauta aduaneira, tem algumas taxas que tem neste momento custo zero. Este é um dos grandes incentivos que o Governo aprovou."

Clemente lembra ainda que "também há outros incentivos em termos de crédito. Há ainda outros exemplo, como o acesso a maquinária e podem haver ideias concretas para este processo."

As entidades ligadas ao setor estão preocupadas com o facto de muitos jovens não se dedicarem a agricultura, por acharem que a atividade é para pessoas mais velhas.

Numa tentativa de convencê-los, o ministério da Agricultura, na pessoa de Daniel Clemente, diz que a partir do momento que muitos jovens se envolverem na cadeia de produção e logística de agro-processamento "haverá um impacto multiplicador."

Na explicação de Clemente, devido ao fato de "muitas pessoas [serem] beneficiadas pelas ações dos jovens, haverá o combate à pobreza, garantia de segurança e da própria riqueza dos jovens."

Em Moçambique, a agricultura é o setor da economia que recebe maior apoio dos parceiros de cooperação, mas é um setor com baixos rendimentos.

Recorda-se que o Presidente Armando Guebuza definiu no início do seu primeiro mandato, em 2005, que a agricultura deveria ser um polo de desenvolvimento do país.

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