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"Grande número de vítimas civis" em novo ataque no Mali

AFP | mjp
1 de julho de 2018

Explosão de uma bomba este domingo (01.07), em Gao, visava patrulha francesa. Ataque tem lugar numa altura em que decorre a cimeira da União Africana na Mauritânia, com destaque para os conflitos regionais.

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Ataque ao quartel-general da força conjunta do G5 Sahel, na sexta-feira (29.06)Foto: Getty Images/AFP

É o terceiro ataque no espaço de alguns dias no Mali: desta vez, o alvo foi uma patrulha de soldados franceses em Gao, no nordeste do país. Segundo o Exército francês, não há vítimas mortais entre os soldados, mas a explosão de uma bomba junto a um veículo militar na localidade de Bourem vitimou "um grande número de civis".

"Houve uma explosão de origem desconhecida e há um grande número de vítimas civis, incluindo crianças", disse o porta-voz do Exército, o coronel Patrik Steiger, à agência de notícias France Presse (AFP).

"Os soldados da operação Barkhane [a operação francesa na região] que estavam no local regressaram à base de Gao", acrescentou. Ainda não é claro o número de vítimas mortais e feridos.

"Os militares franceses da operação Barkhane caíram numa emboscada montada por terroristas, à saída para a cidade de Bourem", confirmaram várias fontes, enquanto uma habitante local disse que um carro-bomba visou uma patrulha de soldados da operação.

"Um blindado barrou a via e o veículo conduzido por um suicida fez-se explodir", disse Fatouma Wangara, que testemunhou voos de helicópteros franceses em Gao.

Segundo uma fonte hospitalar em Gao, "pelo menos dois civis morreram e dez ficaram feridos".

Mali - Französische und malische Truppen töten in Mali 30 Dschihadisten
Veículos da operação francesa Barkhane.Foto: Getty Images/AFP/P. Guyot

Violência na véspera das eleições

O ataque deste domingo coincide com a abertura da cimeira da União Africana na vizinha Mauritânia, com as crises de segurança no continente, incluindo a instabilidade na vasta região do Sahel, em destaque na agenda.

Na sexta-feira, um ataque suicida reivindicado por um grupo ligado à Al-Qaeda contra o quartel-general da força multinacional do G5 Sahel no Mali levantou dúvidas quanto à capacidade da força militar de travar os grupos extremistas islâmicos na região e expôs a frágil situação de segurança no país.

No sábado, quatro soldados malianos foram mortos quando o veículo em que seguiam atingiu uma mina terrestre na região de Mopti, no centro do país.

A escalada de violência está a preocupar as autoridades, numa altura em que o Mali se prepara para ir às urnas, a 29 de julho, para eleger um novo Presidente. O Presidente cessantem Ibrahim Boubacar Keita, enfrenta mais de uma dezena de candidatos.

A instabilidade instalou-se no Mali em 2012, com a insurgência tuaregue, aproveitada pelos extremistas islâmicos para controlar cidades-chave no norte do país. Estes grupos foram expulsos pela operação militar liderada por França, em 2013, mas grandes áreas do país continuam fora do controlo das forças malianas e internacionais, que são frequentemente alvo de ataques.