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Grupo armado ataca zona costeira no norte de Moçambique

Lusa
28 de fevereiro de 2021

Aldeia de Quirinde foi invadida por homens armados na sexta-feira (26.02) e há registo de mortos, segundo fontes locais. No sábado, outro ataque visou o posto fronteiriço de Namoto.

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Foto de arquivo (2019): Ataque à Aldeia da Paz, arredores de Macomia.Foto: AFP/M. Longari

Um grupo armado invadiu e matou residentes da aldeia costeira de Quirinde, norte de Moçambique, na noite de sexta-feira (26.02), segundo fontes locais citadas pela agência de notícias Lusa.

Seguiu-se outro ataque, durante a noite deste sábado, na mesma zona, contra o posto fronteiriço de Namoto entre Moçambique e a Tanzânia, junto ao rio Rovuma, acrescentaram, sem outros dados disponíveis.

Helicópteros das forças moçambicanas têm sobrevoado a zona em perseguição aos agressores e carros com militares têm se deslocado da sede de distrito, Palma, para a zona, descreveram fontes no local.

Com as duas incursões contra Quirinde e Namoto, este passou a ser o segundo fim-de-semana consecutivo de ataques na área do posto administrativo de Quionga, zona costeira onde até agora não havia registo de incursões dos grupos armados que há três anos aterrorizam Cabo Delgado.

Quionga tem acesso por mar e por uma estrada em terra batida, situando-se 20 quilómetros a norte de Palma, vila e sede de distrito que acolhe o megaprojeto de exploração de gás natural do Rovuma, maior investimento privado de África.

Mortes, saques e destruição

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A 19 de fevereiro, fontes locais relataram um ataque contra Quionga com a morte de quatro pessoas, sendo os agressores repelidos no dia 20 pelas forças moçambicanas, fugindo para norte, em direção à fronteira, para a zona de conflito deste fim-de-semana.

Segundo os relatos do ataque à aldeia de Quirinde, na última sexta-feira, os agressores entraram por terra e pela praia ao princípio da noite, pelas 18h00, surpreendendo a população durante a hora de jantar.

O grupo armado usou metralhadoras e catanas e iniciou-se uma fuga em massa para as matas, tal como tem acontecido noutras incursões. Os relatos preliminares indicam que sete pessoas morreram, três das quais decapitadas.

Também à semelhança do que tem acontecido noutros ataques, as fontes locais relatam destruição de casas, saque de alimentos e de outros produtos das bancas de venda, além do rapto de residentes. Quirinde fica seis quilómetros a leste de Quionga. 

A Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), partido no poder, defendeu na quinta-feira, no Parlamento, que há "notícias animadoras" da luta contra os grupos armados que atuam na província de Cabo Delgado, norte do país, defendendo uma cooperação global contra o "terrorismo".

"Temos notícias que nos dão ânimo da crescente neutralização e liquidação dos terroristas que se tentam apoderar das nossas riquezas em Cabo Delgado", afirmou o chefe da bancada da FRELIMO na Assembleia da República (AR), Sérgio Pantie.

A violência armada na província nortenha de Moçambique, onde se desenvolve o maior investimento multinacional privado de África, para a exploração de gás natural, está a provocar uma crise humanitária com mais de duas mil mortes e 670 mil pessoas deslocadas, sem habitação, nem alimentos. A violência surgiu em 2017, algumas das incursões foram reivindicadas pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico depois de 2019, mas a origem dos ataques continua sob debate.

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