Guiné-Bissau: Judoca Taciana Lima tem grandes ambições
29 de janeiro de 2021A judoca guineense Taciana Lima, campeã africana na categoria de 52 kg, fixou a meta de sair do 20° lugar no ranking mundial para o 18.º no Grand Slam de Tel Avive, que decorre de 18 a 20 de fevereiro, em Israel. Mas muito vai depender da evolução da pandemia de Covid-19, ressalva. Subir no ranking mundial permitirá à atleta guineense, de 37 anos, ser cabeça-de-chave nos Jogos Olímpicos de verão, em Tóquio, Japão, adiados para 2021.
O certame mundial de Tel Avive reunirá 359 atletas, dos quais 147 mulheres, de um total de 63 países de cinco continentes. A líder do ranking africano, Taciana Lima, deverá competir na categoria de 52 kg. Dos 14 correntes africanos oriundos de nove países, Lima é um dos que já garantiu a presença nos Jogos Olímpicos previstos. Mas precisa de amealhar pontos para subir no ranking mundial.
Em entrevista à DW África, Taciana Lima garante que está preparada para os próximos desafios e focada em cumprir o seu objetivo.
DW África: Qual é a meta fixada para o Grand Slam de Tel Avive?
Taciana Lima (TL): O meu objetivo, não só para o Grand Slam De Tel Avive, mas para todas as competições internacionais que tenho daqui para a frente, é conseguir somar mais pontos para o ranking olímpico, para chegar os Jogos Olímpicos com uma posição mais bem acentuada no ranking. No continente africano estou em primeiro lugar e no ranking mundial estou em 20° lugar.
DW África: Ou seja, garantiu a vaga nos Jogos Olímpicos por ser a melhor de África?
TL: Sim, por liderar o ranking africano automaticamente estou apurada para os Jogos Olímpicos, mas o meu objetivo é subir o mais alto possível a nível mundial. Os 18 melhores de cada categoria de peso no ranking olímpico vão para os Jogos Olímpicos diretamente e as primeiras dos respetivos continentes também são apuradas automaticamente. E como sou a líder do meu continente, significa que tenho já os pontos suficientes para estar lá. Mas como disse, quero passar do vigésimo para o décimo oitavo, no mínimo no mundo.
DW África: Em pleno confinamento no contexto da pandemia de Covid-19, como é que está a preparar a participação no Grand Slam?
TL: Em primeiro lugar, estamos a preparar para um evento que ainda não temos a certeza se vai ter lugar na data prevista devido à pandemia. Só vamos ter essa certeza quando chegarmos lá, porque com a pandemia muita coisa é cancelada em cima da hora. Ainda não tenho a certeza absoluta que vá-se realizar. Já recebemos o calendário e tudo, mas de repente podem fechar as fronteiras, portanto, está tudo muito confuso.
DW África: E tem outros eventos internacionais previstos para este ano?
TL: Sim, agora tenho o Grand Slam de Tel Avive, em março o de Usbequistão, em abril o da Geórgia nos Estados Unidos, em maio o campeonato africano, em junho tenho o Mundial e em julho os Jogos Olímpicos.
DW África: O facto de ter sido mãe recentemente não está a afetar o seu desempenho?
TL: Estou a gerir, mas não está a afetar em nada. O meu marido, que é também judoca, um atleta guineense que aainda está a lutar por uma vaga nos Jogos Olímpicos, tem ajudado muito. A maternidade não me prejudica em nada. Depois que eu fui mãe, passei a competir na categoria de 52 kg, para ser mais saudável e não perder o peso, evitando as coisas que possam me atrapalhar.
DW África: Já tem quantas medalhas de ouro nos seus 25 anos de carreira?
TL: Uff, não sei dizer. São muitas. Comecei a ganhar medalhas desde os meus 12 anos e agora tenho 37. Mas posso dizer que tenho sete títulos de campeã de África, das Copas do Mundo tenho seis medalhas. Ganhei medalhas em todas as competições internacionais, nos Grand Slam e Grand Prix, Mundiais, campeonatos de África, enfim são 25 anos de muitas conquistas.