Guineense vence prémio mundial "Expo Live Innovation Grant"
10 de outubro de 2020O programa apoia ideias inovadoras para melhorar a vida das comunidades e o ambiente e Adulai Bari juntou as duas num kit' de energia solar que vai ajudar os guineenses, em particular, e os africanos, na generalidade, a ter acesso à eletricidade.
"O projeto já estaria operacional. Mas a pandemia impediu o seu arranque. O plano previsto é que arranque em janeiro do próximo ano e agora está a ser afinado", afirmou à Lusa Adulai Bari.
A tecnologia, que vai permitir levar eletricidade às pessoas que residem em zonas remotas, já existe e está a ser fabricada por um parceiro chinês.
"É uma pequena bateria solar com capacidade para ligar em casa entre três e cinco lâmpadas, um rádio e um telemóvel, que todas as famílias podem adquirir por cerca de 200.000 francos cfa (cerca de 300 euros) e pagar em prestações mensais de quatro dólares", explicou o engenheiro informático, de 30 anos.
"As lâmpadas para iluminar as casas e facilitar a educação nas zonas rurais. A energia solar por causa das alterações climáticas e o acesso ao digital porque sem energia não se pode carregar o telemóvel. Todos têm direito ao digital e a energia é um componente importante", afirmou o engenheiro informático guineense.
Guiné-Bissau acolhe projeto-piloto
O projeto inclui também uma rede de quiosques solares, que vão vender kits, mas também ser um ponto de animação digital, com wi-fi gratuito e onde as pessoas podem carregar telemóveis, fazer transferências de dinheiro e estarem juntos.
"A nossa abordagem é inclusão digital", salientou.
Para Adulai Bary, o reembolso do valor do kit pode ser feito em dois anos e vai ajudar as pessoas com rendimentos mais baixos a terem acesso à eletricidade.
O kit também vai ser produzido numa versão que inclui um aparelho de televisão e numa outra para pessoas que pretendem apenas o fornecimento de energia elétrica. No final do pagamento do valor, as pessoas ficam proprietárias dos kits.
Segundo dados da ONU, disponibilizados no último relatório da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento, na Guiné-Bissau com cerca de dois milhões de habitantes menos de 20% da população tem acesso a eletricidade e a água canalizada.
Em contrapartida, o país tem mais de 200 mil utilizadores na rede social Facebook e mais de 80% da população utiliza telemóvel.